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Chuvas antecipadas aceleram infestação de cigarrinha-da-raízes nos canaviais | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Chuvas antecipadas aceleram infestação de cigarrinha-da-raízes nos canaviais

A praga pode ser controlada de forma biológica, mas depende do grau de infestação e se a aplicação ocorreu no início do período das chuvas, se não a saída é o controle químico

Esta época a chuvosa é a preferida da cigarrinha-da-raízes, que foi elevada ao status de praga-chave para a cultura da cana-de-açúcar. Podendo ser encontrada em praticamente todas as regiões canavieiras do Brasil. Entre os prejuízos causados pela cigarrinha, destacam-se a redução do teor de açúcar e aumento do teor de fibras e de colmos mortos. Além disso, as ninfas extraem grande quantidade de água e nutrientes das raízes, impactando negativamente no desenvolvimento da cultura.

Segundo pesquisadores, a intensidade dos danos da cigarrinha na cana-de-açúcar depende de três fatores principais: população – quanto mais intensa, maior será o dano –; variedade – algumas perdem de 60% a 70% da produtividade, enquanto outras, de 10% a 20%; e a idade e o tamanho da planta ao sofrer o ataque – a cana de final de safra sofre mais com o ataque da cigarrinha do que a cana colhida em maio, por exemplo. Por conta disso, a cana de fim de safra registra queda de produtividade superior do que os vistos em na cana colhida em maio.

No entanto, não é apenas a intensidade da cigarrinha nos canaviais que se tornou algo preocupante, mas também o aumento da resistência da praga aos inseticidas. Pesquisadores observam que uso contínuo de um mesmo modo de ação remove seletivamente indivíduos susceptíveis, mantendo na população os resistentes, que sobrevivem à aplicação do inseticida e se multiplicam entre si.

Para evitar que os insetos desenvolvam resistência aos inseticidas, é necessária uma mudança de ideologia. O primeiro passo é parar de usar o mesmo produto de modo contínuo. Esse ato remove seletivamente apenas os indivíduos susceptíveis, mantendo na população os resistentes, que sobrevivem à aplicação do inseticida. O aconselhável é usar inseticidas de grupos diferentes a cada aplicação e, de preferência, optar por moléculas inovadoras.

O controle também pode ser feito de forma biológica, com a aplicação do fungo Metarhizium Anisopliae, mas depende da intensidade da infestação da praga. A estratégia de controle da cigarrinha-da-raiz inicia-se com o monitoramento da praga que deverá ser realizado no início do período chuvoso e durante todo o período de infestação, para que se possa acompanhar a evolução ou o controle da praga. O nível de dano econômico (NDE) é de 20 ninfas/metro linear de sulco e 1 adulto/cana; o nível de controle (NC) é de duas – quatro ninfas/metro e 0,5 adulto/cana a 0,75 adulto/cana.

O monitoramento é imprescindível para decidir sobre a estratégia de controle da praga, sendo que a detecção da primeira geração permite um controle mais eficiente, principalmente através do fungo Metarhizium anisopliae. Porém, no caso da aplicação do fungo, o nível de controle a ser considerado é de uma ninfa por metro linear ou logo ao se observar as primeiras ninfas atacando a cana nos meses de setembro ou outubro, devido à lentidão do controle biológico.

Fonte: CanaOnline

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