Segundo a Unica, clima e início atrasado das indústrias repercutem em diferença negativa de 28 milhões de toneladas no atual ciclo. Produções de etanol e açúcar continuam em queda.
Por g1 Ribeirão Preto e Franca
Depois da primeira alta parcial na safra 2022/2023, as usinas do Centro-Sul do país voltaram a ter uma moagem menor de cana-de-açúcar na primeira quinzena de agosto, o que impulsiona uma baixa acumulada de 8,04%, segundo o mais recente balanço da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
De acordo com o levantamento, na primeira quinzena de agosto, 249 indústrias que processam cana nos estados que correspondem a mais de 90% da produção nacional, incluindo quatro que também processam milho para produção de etanol - moeram 38,62 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 13,73% em comparação com o mesmo período em 2021.
Com isso, o saldo da atual safra, desde o início de abril, é de 322,07 milhões de toneladas, o que corresponde a 28 milhões de toneladas a menos no comparativo com o ano passado.
Na avaliação da diretoria da Unica, a baixa parcial de agosto tem relação com questões climáticas que prejudicaram a colheita principalmente no Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo e reforçou o deficit causado pelo início tardio da operação das usinas no ciclo 2022/2023.
Em março, pouco antes do início da safra, especialistas projetaram uma moagem total de 562 milhões de toneladas de matéria-prima, mas já advertiam que o clima poderia interferir no resultado.
Etanol e açúcar
Principal subproduto da cana, com 55% da destinação da matéria-prima nas usinas, o etanol se manteve com produção em baixa no Centro-Sul até a primeira quinzena de abril.
Com queda parcial de 10,17% nessas duas semanas, a produção total desde o início do ano é de 15,67 bilhões de litros, 971 milhões a menos - ou retração de 4,8% - em relação ao mesmo período do ano passado.
Do total, 9,65 bilhões são de etanol hidratado, o concorrente direto da gasolina, também em baixa, de 5,89%. Outros 6 bilhões de litros foram de etanol anidro, que vai na mistura do combustível fóssil, com decréscimo de 3,02%.
A disponibilidade de etanol no mercado somente não será menor, segundo a entidade que representa as usinas, por conta do incremento de 28,72% da produção de etanol a partir do milho, que este ano já chega a 1,49 bilhão de litros em 11 usinas no Centro-Sul.
Subproduto que corresponde a 44% da destinação da cana, o açúcar também segue com produção em baixa na safra. Desde o início do ciclo, as indústrias do Centro-Sul registram redução de 12,83% no volume de adoçante produzido, com 18,62 milhões de toneladas.
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