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PESO DO BRASIL NO AGRO MUNDIAL CRESCERÁ NA DÉCADA, ESTIMAM EUA | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

PESO DO BRASIL NO AGRO MUNDIAL CRESCERÁ NA DÉCADA, ESTIMAM EUA

Usda aposta em retorno dos preços das commodities para patamar inferior ao dos anos recentes.

Os bons preços da safra 2020/21 não se repetem nos próximos anos, o Brasil ganha importância no mercado mundial de commodities e os Estados Unidos perdem participação.

A China continuará sendo o grande motor desse setor, mas vários outros mercados, como Bangladesh, Vietnã, Irã e México, merecem uma atenção especial por parte dos produtores e exportadores de grãos, de óleos e de proteína animal.

O ritmo de crescimento mundial da população desacelera, mas o aumento de renda, principalmente nos países em desenvolvimento e na Ásia, dará sustentação à produção de alimentos, com destaque para as proteínas.

Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que aposta em um retorno dos preços das commodities para um patamar inferior ao dos anos recentes.

O setor continuará rentável, mas a aceleração dos custos vai impedir um rendimento maior. Na avaliação dos norte-americanos, o Brasil despontará em todos os principais produtos que tem participação no mercado externo.

A soja continuará sendo o carro-chefe do setor brasileiro, com perspectivas de exportações de 136 milhões de toneladas no período 2031/32. Com isso, a participação brasileira no comercio internacional da oleaginosa subiria para 62%.

Embora o país ganhe importância na soja, a participação nas exportações de farelo e de óleo continuará limitada. Neste último, apesar de o biodiesel movimentar 15 bilhões de litros em 2031 no mercado internacional, a participação brasileira nas exportações será menor do que a atual.

As vendas externas brasileiras de milho ganham um bom impulso, conforme essas projeções do Usda, que avalia o comportamento do setor nos próximos dez anos.

Dos atuais 43 milhões de toneladas, o volume subirá para 65 milhões em 2031, elevando a participação brasileira para 26% no comércio mundial. Em dez anos, Brasil, Ucrânia e Estados Unidos terão 90% das exportações mundiais de milho.

O salto maior na participação mundial fica para o algodão. Terra à disposição e maior utilização de tecnologia vão permitir ao Brasil atender 27% da demanda mundial dessa fibra, um percentual bem superior aos 17% atuais.

O Brasil será destaque também na produção e na exportação de proteína animal. Manterá a liderança mundial nas exportações de frango, colocando 5,2 milhões de toneladas dessa proteína no mercado mundial. Elevará também a participação mundial nas carnes bovina e suína.

O Departamento de Agricultura dos EUA prevê que o Brasil exporte 3,69 milhões de toneladas de carne bovina e 1,84 milhão de suína em 2031. Com isso, o país manterá a liderança mundial nas vendas de carne bovina, participando com 26,3% do comércio mundial.

A participação na carne suína sobe para 13% em 2031, e o país ocupará o terceiro lugar, posição atual do Canadá.

Os Estados Unidos, ao lado do Brasil, estarão entre os principais fornecedores de alimentos ao mundo, mas com participação menor. No setor de grãos, a presença mundial dos norte-americanos na comercialização de soja cai dos atuais 33% para 27% em 2031. A participação no milho recua para 31%; a de trigo, para 11,6%; e a de algodão, para 31,6%.

O mesmo ocorre no setor de proteínas. O aumento da participação brasileira no mercado externo derruba a dos americanos nas carnes de boi, de suínos e de frango.

A China, na avaliação dos americanos, avança ainda mais nas compras de soja e de carne bovina. No primeiro caso, as previsões são de importações de 142 milhões de toneladas em 2031, um volume bem acima dos 110 milhões previstos pelos próprios chineses para o período.

A necessidade de compra de carne bovina pela China, o que já vem ocorrendo nos últimos anos, aumentará ainda mais, com a importação atingindo 4 milhões de toneladas por ano daqui a uma década.

Segundo o Usda, os preços das commodities vão se acomodando ao longo dos anos. Para a soja, o órgão estima o bushel (27,2 kg) a US$ 10 (R$ 51, na cotação atual). Atualmente está próximo de US$ 13 (R$ 66) no campo. O milho, que é negociado a US$ 4,80 (R$ 24,47) por bushel (25,4 kg), estará em US$ 4 (R$ 20,39).

Alguns novos mercados se destacam nesta década. Egito e Irã vão aumentar importações de milho, enquanto Vietnã e Bangladesh elevam as de algodão.

O México terá o maior crescimento mundial na compra de carne bovina, com aumento de 33% no período. Filipinas, Indonésia e Malásia também aceleram as compras dessa proteína. A Índia expandirá a importação de óleo de soja.

Fonte: Folha de S. Paulo

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