Embora vá abrir caminho para a volta das chuvas, a primavera de 2021 deverá ser marcada por precipitações irregulares nos principais polos de produção agropecuária do país, e em alguns deles o volume poderá ficar abaixo das médias. Esse foi o cenário traçado ontem para a estação pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que também alertou para a tendência de diminuição das chuvas e para o aumento das temperaturas nos meses de outubro, novembro e dezembro nos últimos 60 anos no Brasil.
Com 70% de probabilidade de ocorrência menos intensa do fenômeno La Niña até o início do verão, em 21 de dezembro, quase toda a região Sul, onde a umidade no momento é maior, deverá ter chuvas abaixo da média, assim como áreas de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, boa parte voltadas aos grãos. Nas regiões produtoras de culturas perenes, como café, cana e laranja, como o sul de Minas Gerais e o interior paulista, haverá irregularidade.
No Centro-Norte, na faixa que engloba o Mato Grosso, e no Matopiba (confluência dos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) podem ocorrer chuvas com volumes próximos ou acima da média. Mas, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a irregularidade dará o tom.
Menos chuva na primavera
De acordo com a coordenadora geral de Meteorologia Aplicada, Desenvolvimento e Pesquisa do Inmet, Márcia Seabra, desde 1961, a tendência no Brasil é de diminuição do volume de chuvas na primavera. O volumes diminuíram a um ritmo de 0,47 milímetros por ano, com a diferença totalizando quase 29 milímetros. As precipitações ficaram ainda menores nas regiões Centro-Oeste (- 46mm) e Sudeste (- 59mm).
cenário é inverso para a temperatura, com tendência de elevação em todas as regiões do país de outubro a dezembro nas últimas seis décadas. As regiões com maiores aumentos são Centro-Oeste, com 1,75ºC a mais no período, Norte (+1,5ºC) e Sul (+1,39ºC). Sudeste (+1,35ºC) e Nordeste (+1,28ºC) também tiveram incrementos. No geral, o país ficou 1,41ºC mais quente durante as primaveras, principalmente a partir dos anos 2000.
Fonte: Valor Econômico
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