As grandes multinacionais Bosch, Nissan e Volkswagen acreditam na eletrificação dos carros com o uso do etanol. O Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB) participou de uma reunião virtual, na última quarta-feira (02/06), de aprofundamento entre os produtores de etanol e a indústria de automóveis.
A reunião contou com a presença do presidente da Bosch na América Latina, Besaliel Botelho, e o conselheiro da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva e Bright Consulting, Ricardo Simões Abreu, os representantes de todos os estados produtores de etanol no Brasil e também dirigentes como o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Evandro Gussi, e o presidente do Fórum Nacional do Sucroenergético, André Rocha.
Os produtores de etanol se mostraram otimistas em relação à nova guinada que o biocombustível poderá alcançar nos próximos anos. “A célula de combustível a hidrogênio é uma parceria de longo prazo que queremos construir com a Bosch, que hoje é uma empresa que fatura sete bilhões na América Latina. Com certeza, é uma marca que tem grande contribuição no mundo. Esperamos que a tecnologia de célula de combustível movida a etanol, desenvolvida aqui, alcance países como a Índia, que possui 9 das 10 cidades mais poluídas do mundo”, disse o presidente do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, que foi o anfitrião do evento e também conduziu os diálogos.
A indústria do etanol tem 40 anos de experiência no Brasil e possui abastecimento em todo o território brasileiro. Em 2019, o consumo de etanol alcançou 46% da frota nacional. O biocombustível evita cerca de 90% das emissões de gases do efeito estufa e é usado para reduzir as emissões em várias partes do mundo.
Bosch, Nissan e Volkswagen acreditam na eletrificação dos carros com o uso do etanol
A gigante multinacional Bosch é uma empresa que acredita na eletrificação dos carros com o uso do etanol. Isso será possível graças ao desenvolvimento da célula de combustível à base de etanol, que também está sendo desenvolvida pela Nissan e Volkswagen. Com essa tecnologia, uma reação química que acontece dentro do motor do veículo retira o hidrogênio do etanol e gera a eletricidade, capaz de movimentá-lo com autonomia e sem gerar emissões poluentes.
“Essa é uma grande oportunidade que o Brasil e a indústria do etanol têm para gerar energia com célula de hidrogênio, tanto para estacionários, como para a mobilidade urbana. Até 2050, sabemos que teremos uma mobilidade livre de dióxido de carbono (CO2) e o Brasil fez a decisão certa em prestigiar o etanol, pois é um biocombustível que também impulsiona a economia local e gera empregos para o país”, disse o presidente da Bosch na América Latina, Besaliel Botelho.
De acordo com o presidente do Sindalcool-PB, o evento alcançou seus objetivos. “A reunião alcançou o objetivo de iniciarmos uma agenda ainda mais positiva. Valorizamos, nessa reunião, o desenvolvimento da tecnologia Flex pela indústria automotiva e registramos o crescimento econômico gerado por essa tecnologia. O Brasil produzia, em 2003, pouco mais de 200 milhões de toneladas de cana e hoje o volume de cana atinge mais de 600 milhões. Agora, são produzidos mais de 32 bilhões de litros de etanol. Muitas cidades cresceram em razão do desenvolvimento que a produção do etanol e do açúcar trouxeram com os veículos Flex. A poluição foi reduzida em grandes cidades, muitas mortes foram evitadas pelo uso do etanol. O País teve menores importações de derivados de petróleo, maior arrecadação de impostos e a quantidade de empregos dobrou”, disse Edmundo.
Segundo o executivo, um novo “salto de prosperidade” estar por vir. “Hoje, estamos diante de um novo salto de prosperidade com o etanol. O hidrogênio, o elemento mais abundante no universo, está contido no etanol, intensivo em energia, pode ser produzido com vantagens biomassa da cana e do milho é renovável. O hidrogênio do etanol é seguro e tem emissão zero. O Brasil é o único país que dispõe de rede nacional de abastecimento de etanol. Estes fatores são decisivos para a eletrificação dos automóveis e caminhões sem os ônus de baterias que custam cinco vezes mais para serem recicladas e ainda usam energia suja”, pontuou Barbosa.
Coincidência ou não, após a Ford, Chevrolet, Honda e Audi retirarem ou diminuírem produção de veículos no país, a multinacional Bosch trouxe fabricação dos EUA para o Brasil e disponibiliza muitas vagas de emprego de ensino médio e superior, além de vagas de estágio. As oportunidades são para atender fábricas de São Paulo, Curitiba e mais regiões brasileiras.
Fonte: Click Petróleo e Gás
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