rodutor e agrônomo da região Norte de São Paulo detalha cenário histórico de seca na safra do Centro-Sul e aponta que perdas serão bem maiores do que as estimativas do mercado
A nova safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil pode ter uma quebra de mais de 100 milhões de toneladas, número bem acima do que as análises de mercado vêm mostrando, segundo Ricardo Delarco, produtor e agrônomo da região Norte de São Paulo. A seca histórica nas áreas produtoras pode fazer com que usinas e produtores não consigam cumprir as operações de hedge de proteção, que chegaram a níveis recordes na temporada.
“Vai ser um ano de produtividade baixíssima para o setor, nada o que vem sendo falado de 3%, 4% e 5% de quebra no Centro-Sul, mas sim, na faixa de 18% a 20%. Nós somos produtores no campo, agrônomos, e estamos vendo isso”, afirma Delarco ao Notícias Agrícolas. Com a estimativa para a nova safra, considerando as 605 milhões de toneladas do último ciclo produtivo, as perdas podem ficar acima das 120 milhões de t.
“Esse ano não vai passar de 500 a 510 milhões de t de cana, não como estão falando em 580 e 570 milhões de t. Isso é um achismo, não deveria ser falado. Nós somos um setor sério”, complementa o produtor e engenheiro agrônomo.
Áreas produtoras na safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil enfrentam uma das piores secas nos últimos 40 anos, segundo institutos meteorológicos, e a condição no campo responde a essa condição. “Nos principais momentos em que a cana precisava de água para crescer, ela não teve. Então, a safra 2021/22 está muito comprometida mesmo em termos de produtividade e um pouco também em ATR”, destaca Delarco.
Diante da iminência de baixa produção, usinas e produtores podem não conseguir cumprir as operações de hedge de proteção e podem ter que pagar multa para postergar as entregas. “Isso é muito ruim para o setor, mas vai acontecer com muitas usinas que ‘hedgearam’ 80% do açúcar. Não tem matéria-prima pra fazer este açúcar”, afirma Delarco. O Brasil tem registrado nesta safra volumes recordes de comprometimento diante dos altos preços.
Por Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas
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