Um dos principais símbolos dos carros elétricos é a tomada para conectar na rede elétrica, o chamado plug. Com ele, recarrega-se as baterias que alimentam o motor elétrico. Entretanto, imagine se não fosse necessário plugar o carro e esperar até as baterias encherem. Melhor ainda: e desse para usar a rede de abastecimento já instalada em vez de criar uma nova?
Na visão do CEO da Volkswagen na América Latina e no Brasil, Pablo Di Si, a resposta é o etanol. Segundo Di Si, o uso do etanol em forma de célula de combustível pode facilitar a vinda do carro elétrico para o Brasil. Bem como pode reinserir o país no mapa industrial desses modelos.
“Não é importante só ter o carro elétrico, mas como abastecê-lo. Por que não usar o etanol? A tecnologia ainda não existe, entretanto temos o etanol, e com pesquisas, podemos (desenvolver). Precisamos estudar como transformar o etanol e abastecer o carro elétrico. Mas não só no Brasil, como também nos Estados Unidos, na China”, disse Pablo Di Si na live.
Brasil está fora do mapa
Os recentes anúncios da Ford e da Mercedes-Benz, que fecharam fábricas no Brasil, revelam um cenário preocupante. Com uma enorme capacidade ociosa, e o agravamento da crise nas vendas causado pela pandemia da Covid-19, as montadoras estão “sem caixa”. Contudo, os carros elétricos exigem pesados investimentos em plataformas, maquinário, treinamento…
Segundo Pablo Di Si, caso o Brasil não receba investimentos em pesquisa, o país pode se tornar, então, um mero exportador de matéria-prima. Assim, o país ficará totalmente fora do processo de transformação industrial para o carro elétrico. A Volkswagen, por exemplo, está investindo basicamente em veículos movidos por eletricidade na Ásia e na Europa.
Nissan já tem o carro elétrico a etanol
Enquanto a Volkswagen parece estar desenvolvendo o seu carro elétrico abastecido com etanol, a Nissan já possui essa tecnologia à venda no Japão. Trata-se do e-Power, sistema híbrido que usa um pequeno motor a gasolina para gerar eletricidade e, assim, alimentar o motor elétrico. Esta tecnologia está prevista para o Brasil na versão flexível.
É esperado que o novo Kicks nacional receba a opção e-Power entre 2022 e 2023. Este será o primeiro passo da Nissan rumo ao projeto e-Bio Fuel Cell, que pretende criar um carro elétrico movido a célula de combustível feita de etanol. A tecnologia é capaz de converter o álcool em hidrogênio, e transformá-lo em eletricidade por reação química.
A principal diferença é que a e-Power usa um motor a combustão para alimentar o elétrico. E o sistema com a célula de combustível dispensa o motor a combustão. Ou seja, o carro do futuro da Nissan vai evoluir do modelo misto (combustão + elétrico) para o puramente elétrico, que emite vapor d’água pelo escape. É nesse ponto que a Volkswagen quer chegar.
Fonte: Jornal do Carro
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