O ano mais seco do que o normal deve ter pouco efeito na safra 2020/21 de cana-de-açúcar no Brasil, de acordo com o presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari. Ele afirmou ao Broadcast Agro, no entanto, que o tempo menos úmido pode afetar a safra seguinte, 2021/22, que começa em abril do ano que vem, a depender de como será o verão. "O destino da safra 2021/22 vai depender do clima", afirmou.
"Este ano foi relativamente mais seco do que o normal", disse ele. "Esse é o motivo para a concentração de açúcares na cana estar mais alta. E felizmente, o rendimento agrícola também está mais alto. Então é um ano de produção boa", prosseguiu.
No entanto, ele fez duas ressalvas: primeiramente, o ano seco atrasou o desenvolvimento fisiológico da cana-planta - a do primeiro corte - e da cana soca em decorrência da falta de chuvas. Além disso, houve aumento nos incêndios - "tanto os naturais quanto os criminosos" -, o que prejudica a cana em brotação. "Isso afeta o desenvolvimento, porque quando pega fogo há falha de brotação e tem que começar do zero", afirmou. As chuvas nos últimos dias, diz ele, foram positivas, mas ainda limitadas para compensar o efeito da seca.
"Regra geral, impacto do clima este ano não é impacto negativo, que afete a produção no ano. Mas chama a atenção para o ano que vem", disse Nastari. "Já está determinado que ano que vem vai ser afetado? Ainda não, porque tudo vai depender do clima agora no verão de novembro a março próximos."
Fonte: Estadão Conteúdo
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