A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) solicitou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que a cota para importação de etanol de fora do Mercosul sem tarifa não seja reaberta casa não haja uma "contrapartida equivalente" dos Estados Unidos. Em nota, a bancada ruralista diz que "os interesses norte-americanos não podem se sobrepor ao dos brasileiros" e defende comércio "livre e justo", sem a manutenção de práticas protecionistas contra os produtos brasileiros.
Os Estados Unidos são os principais beneficiários e interessados na isenção que existia até domingo para a entrada de 750 milhões de litros do biocombustível no Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tenta convencer o setor produtivo brasileiro a aceitar uma cota proporcional com duração de 30 a 90 dias. Produtores e usineiros rechaçam a proposta.
O texto da FPA reforça a posição adotada desde o início da semana por parlamentares da bancada, pelo Ministério da Agricultura e pelo setor sucroenergético brasileiro, que é tentar aproveitar a deixa para negociar abertura ao mercado de açúcar nacional nos EUA. "Existe a possibilidade de se buscar um balanço incluindo a abertura dos mercados ao açúcar, produto que, no Brasil, também é produzido a partir da cana. O Congresso apoia a política de abertura comercial implementada pelo atual governo, mas destaca a necessidade de que o processo seja conduzido de forma a assegurar ganhos reais ao nosso país", acrescenta a nota.
Na nota, a bancada expõe preocupação com a pressão feita pelo governo e pela iniciativa privada dos Estados Unidos para que o Brasil zere as tarifas de importação de etanol. "Caso não haja contrapartida equivalente dos EUA, manifestamos nosso pedido à presidência da República para que as cotas não sejam renovadas e que a Tarifa Externa Comum de 20%, vigente desde 1995 como resultado do acordo Mercosul, seja aplicada", diz nota publicada hoje pela FPA.
A bancada conclui dizendo que tem "apreço pela relação com os EUA", mas que os interesses estrangeiros não podem se sobrepor ao dos brasileiros. "Apoiamos também o comércio livre e justo, desde que não seja seletivo ao beneficiar apenas os interesses de outros países, quando há manutenção, por conveniência, de práticas protecionistas contra produtos brasileiros".
Fonte: Valor Econômico
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