A pandemia do Covid-19 ainda está gerando resultados negativos no consumo de etanol hidratado. Porém, em Minas Gerais, a queda registrada já é menor que a verificada no início da pandemia e o biocombustível vem ganhando competitividade frente à gasolina, o que é importante para a recuperação do consumo. Por outro lado, o setor vem reduzindo os prejuízos do mercado do etanol hidratado com a produção maior de açúcar, que está com a demanda elevada e preços remuneradores.
De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, o mercado de combustíveis ainda sente o reflexo negativo em função do atual momento, em que parte das atividades está suspensa e se tem um número de veículos menor circulando.
“Nós tivemos uma queda grande no consumo no início da pandemia, mas estamos observando uma redução dessa retração de consumo ao longo dos meses. Hoje, a queda no mercado de combustíveis está entre 20% e 30% dependendo do mercado. Em relação ao etanol, no início do ano, com a queda dos preços da gasolina, o etanol hidrata- do perdeu mercado, mas os aumentos recentes registrados na gasolina fizeram com que houvesse um aumento do share do hidratado. Hoje, a relação de preços do etanol frente à gasolina está abaixo de 65%, o que estimula o consumo e contribui para a recuperação do mercado perdido para a gasolina”, avalia.
Segundo os últimos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em Minas Gerais, o consumo de etanol hidratado ficou em 1 milhão de metros cúbicos entre janeiro e maio de 2020, o que significa uma queda de 14,4% frente a igual intervalo de 2019. Em comparação com maio de 2019, o volume mensal consumido em maio de 2020, que foi de 190,7 mil metros cúbicos, ficou 26,14% menor.
No ano, o menor volume consumido foi registrado em abril, quando a comercialização somou 171 mil metros cúbicos, queda de 30,48% sobre abril de 2019.
Açúcar - Conforme Campos, o setor tem compensado parte das perdas com o açúcar. Ele explica que o setor, neste período de baixa demanda pelo etanol, conseguiu flexibilizar a produção para o adoçante. “De certa forma, o setor deu um pouco de sorte, no sentido de que o mundo precisava do Brasil produzindo mais açúcar. Estamos produzindo mais açúcar e exportando. E essa redução da produção de etanol em favor do açúcar tem nos ajudado a passar por este momento mais delicado”, explica.
Segundo Campos, hoje, em Minas Gerais, 52% da cana-de-açúcar são destinados para a produção de açúcar e 48% para etanol. No mesmo período do ano passado, apenas 36% eram voltados para o açúcar e 64% para o etanol. “A flexibilidade que conseguimos com um bom volume de cana é importante.
Se amanhã, o mercado do etanol se recuperar, nós temos total condição de produzir o biocombustível, existe fábrica para isso”, destaca.
A demanda mundial aquecida pelo açúcar se deve a problemas de safra enfrentados em outros países produtores. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), os embarques do produto, de janeiro a junho, movimentaram US$ 334 milhões, 59,6% a mais, e 1,15 milhão de toneladas, elevação de 60,1%.
Safra - Em relação ao anda- mento da safra, o clima tem contribuído para o avanço da colheita. De acordo com Campos, a moagem de cana-de-açúcar, em Minas Gerais, no acumulado da safra até 15 de julho, representava 47% da safra a ser colhida em 2020/21, com a industrialização de 32 milhões de toneladas de cana. O volume está cerca de 8% maior que o colhido em igual intervalo de 2019.
Em relação ao volume produzido, somente de açúcar já foram fabricadas 2 milhões de toneladas, aumento de 57% frente ao ano anterior. Em relação ao etanol total, a produção está em 1,25 bilhão de litros, retração de 12% na comparação com 2019.
Fonte: Diário do Comércio (25/07) - retirado do Portal SIAMIG
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