Popularmente conhecido como bicudo-da-cana, o Sphenophorus levis, se tornou a principal praga dos canaviais paulistas, mas já provoca estragos em Minas Gerais e Goiás
Em decorrência da dificuldade de controle e pelo índice de perda, que varia de 30% a 60%, podendo levar a renovação antecipada do canavial, o Sphenophorus levis (S levis) tornou-se a principal praga dos canaviais paulistas. Estimativas apontam que, a cada 1% de tocos atacados, há a redução de 1 toneladas de cana por hectare. Além disso, em função da abertura de galerias na base dos colmos, ocorre o amarelecimento e secamento das folhas e morte dos perfilhos. Sob infestações altas, as touceiras morrem e são observadas muitas falhas na rebrota, reduzindo drasticamente a produtividade e a longevidade do canavial.
O Sphenophorus levis, o popular bicudo-da-cana, tem uma capacidade de voo restrita – máxima de 300m, o deslocamento do macho é de três metros por dia e da fêmea de cinco metros –, sugerindo que a dispersão do inseto a longas distâncias dá-se através das mudas retiradas de local infestado e transportadas por caminhão, por isso, dizem que o Sphenophorus voa curto, mas caminha a 80 quilômetros por hora.
Pois é, apesar de voar curto, o bicudo da cana, atravessou o Rio Grande, saiu de São Paulo e já atinge os canaviais de Minas Gerais e Goiás, mais uma vez, o principal motivo da infestação foi a utilização de mudas sem procedência, que viajam de caminhão pelo Centro-Sul do país. Assim, o Sphenophorus já se encontra nos canaviais dos três maiores estados produtores do Brasil: São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
A boa notícia é que está em desenvolvimento uma variedade de cana transgênica resistente ao Sphenophorus. Quem conduz as pesquisas é a Embrapa Bioenergia e a startup PangeiaBiotech que recentemente anunciaram a cana BtRR, variedade geneticamente modificada que une dois modos de ação para garantir resistência à broca-da-cana (Diatraea saccharalis), e ao herbicida comercial glifosato, usado no controle de plantas invasoras.
Os pesquisadores dessas entidades salientam que o Sphenophorus levis ainda não possui controle químico ou biológico de elevada eficiência. Sua incidência e dispersão vêm crescendo com a colheita mecanizada crua, com o aumento da palhada nas lavouras de cana, causando prejuízos estimados em R$ 2 bilhões anualmente.
A Embrapa Agroenergia e a startup PangeiaBiotech já geraram plantas transgênicas com gene para resistência ao Sphenophorus e os testes estão em fase adiantada em condições de casa de vegetação. Os eventos selecionados serão transferidos para o campo de multiplicação, segundo as determinações da CTNBio. A nova variedade de cana pode ser considerada uma evolução da cana BtRR e faz parte do escopo do projeto Cana2+, uma parceria entre a Embrapa Agroenergia, a startup PangeiaBiotech, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
Fonte: CanaOnline com informações da área de comunicação da Embrapa Agroenergia
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