Um mix de 46% para o açúcar sugere uma produção do adoçante ao redor de 36 milhões de toneladas, quase 10 milhões a mais que o ano anterior
Análise da equipe de agronegócio do Itaú/BBA avalia que a provável maximização da produção do açúcar no Brasil, diante da perda de atratividade do etanol, atrelada a uma desaceleração de aumento do consumo frente às incertezas relacionadas aos impactos econômicos da pandemia, sugere que o déficit global esperado em 2020 não seja tão grande assim. “Nossas estimativas, assumindo um mix de 46% para o açúcar, sugerem uma produção do adoçante ao redor de 36 milhões de toneladas, quase 10 milhões a mais que o ano anterior, volume que praticamente pode anular o déficit que era estimado para o ano-safra global 2019/20 (out-set)”, informou a equipe de agronegócio do Itaú/BBA.
Além disso, aponta a equipe de agronegócio do Itaú/BBA, por mais que o potencial da produção tailandesa esteja sendo afetado por chuvas abaixo da normalidade, a perspectiva de recuperação de produção na Índia no próximo ano-safra, combinada com uma normalidade da produção europeia, deve deixar o mercado bem abastecido até o início de 2021. Assim, o espaço para grandes aumentos de preços do adoçante na bolsa de Nova Iorque, no momento, parece limitado.
Nesse contexto, a taxa de câmbio está sendo fundamental para sustentar as cotações do produto em patamares remuneradores quando convertidos em moeda nacional.
A equipe de agronegócio do Itaú/BBA observa que, o valor do VHP para julho de 2020, quando este relatório estava sendo escrito, era cotado a R$ 1.430/t (VHP porto), níveis que possibilitam a obtenção de margens operacionais razoáveis para a grande maioria das usinas. A estimativa é de que a produção alcance 600 milhões de toneladas, crescimento de 2% em relação a 2019/20. O mix esperado para o açúcar é atingir 46%, com possibilidade de ser maior, caso a indústria tenha capacidade. É válido ressaltar que o mercado se surpreendeu com a capacidade de mudança do mix do etanol na safra 2017/18.
No tocante ao etanol, salienta a equipe de agronegócio do Itaú/BBA, o consumo em 2020 tende a ser bastante impactado pelos efeitos da Covid-19 e sua magnitude dependerá da duração das medidas de contenção do vírus e também da velocidade da recuperação da economia. Em abril, a venda de veículos leves caiu 77% frente ao mesmo mês do ano passado. Apesar de ainda muito incertas, as estimativas do Itaú BBA indicam que a demanda de combustíveis no Brasil poderá ser 9% inferior à de 2019.
Se esse cenário se mostrar verdadeiro, e assumindo que o Centro-Sul produzirá cerca de 18,6 bilhões de litros de hidratado, provavelmente a participação do biocombustível na matriz de ciclo Otto se reduzirá em 2020. Os preços do etanol, por sua vez, tendem a seguir dependentes das cotações do petróleo no mercado internacional e do comportamento da taxa de câmbio. A equipe de agronegócio do Itaú/BBA salienta que, no momento de preparo deste material, a curva futura do petróleo e de dólar sugeriam um preço de etanol na usina próximo de R$ 1,60/l. É provável que, durante a volta gradual do consumo de combustíveis de ciclo Otto, causada pelo afrouxamento das medidas de contenção da pandemia, a paridade do etanol com a gasolina aumente, dado o cenário recessivo.
“Isso porque, em condições de queda da renda disponível, o consumidor tende a preferir o combustível mais barato”, comenta a equipe de agronegócio do Itaú/BBA
Fonte: CanaOnline com informações da equipe de agronegócios do Itaú/BBA
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