Durante reunião ministerial no dia 22 de abril, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, comentou com o presidente Jair Bolsonaro que o setor não estava aguentando juros tão altos. A informação sobre o encontro entre o presidente e representantes das pastas aconteceu após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello liberar a divulgação de vídeo gravado.
Na ocasião, Cristina voltou a defender a redução de juros e disse que a agricultura não aguentava 9% de taxa. Ao mesmo tempo, em sua breve fala, a ministra citou ainda um movimento pós coronavírus de priorizar estoques de produtos do agro em países internacionais. Sobre isso, ela levanta a questão de o Brasil aumentar seus estoques de trigo.
“Nós temos dois milhões de hectares na … ali no Matopiba, prontos, inclusive com a Embrapa com variedades superprodutivas para poder investir lá. Precisa de dinheiro. E uma última coisa, é financiamento. O que nós precisamos é baixar os juros. A agricultura não aguenta 9% de juros, é muito alto para ela”, disse à Bolsonaro.
Juros do Plano Safra
Na sexta-feira, 22, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, afirmou com exclusividade ao Canal Rural que no Plano Safra 2020/2021, o governo trabalha para deixar a taxa de juros a menor possível. No entanto, ele explica que se o governo reduzir demais a taxa, ele necessariamente também abaixa o volume do recurso disponibilizado. “Dado que o Tesouro tem um recurso limitado para colocar no Plano Safra, quanto mais eu abaixo os juros, mais abaixo o recurso”, explicou.
Ele afirmou que o governo tenta trabalhar com juros que permita o produtor tomar crédito com taxas compatíveis com a atividade, não sendo tão baixa a ponto de limitar o volume de recurso liberado e nem com taxas tão altas, que inviabilizaria a tomada do financiamento. “Vamos trabalhar com a taxa mais baixa possível, mas que garanta um bom volume de recurso”.
Fonte: Canal Rural
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