Há algum tempo, o etanol já é um dos combustíveis mais utilizados no mundo e, a cada ano, o produto ganha mais espaço como uma importante alternativa aos derivados do petróleo. No Brasil, boa parte da produção de etanol vem da cana-de-açúcar, mas será que uma nova cultivar de milho pode ampliar ainda mais o uso do grão na produção de bioenergia?
Fomos até a cidade de Downers Grove, na região metropolitana de Chicago, conhecer melhor uma variedade de milho que já faz sucesso nos Estados Unidos e tem conquistado tanto produtores de etanol como pecuaristas pela sua capacidade energética.
Desenvolvido pela Syngenta, o milho Enogen tem mudado a realidade nas propriedades dos Estados Unidos. De acordo com o diretor de Marketing de Sementes da Syngenta na América do Norte, Erick Boeck, os resultados dos últimos anos são animadores.”Estamos muito empolgados com isso na América do Norte. A tecnologia ajudou a revolucionar a indústria de combustível ao poder produzir mais etanol por área plantada, além de demonstrar uma eficiência alimentar 5% maior para rações de gado de leite e de corte”, disse.
O segredo deste novo milho é a uma enzima que acelera a transformação de carboidratos da planta em etanol. No milho comum, essa enzima teria que ser adicionada de forma líquida durante o processo de produção do combustível.
A tecnologia é vantajosa para produtores norte-americanos, que têm no milho a principal fonte de etanol. No Brasil, por enquanto, a cana-de-açúcar continua sendo a principal matéria-prima da indústria sucroenergética. “Essa variedade conseguiu aumentar a produção de etanol na América do Norte para nos aproximarmos de uma produção como vocês têm na América Latina”, disse ele.
RENTÁVEL TAMBÉM NA PECUÁRIA
Apesar da eficiência no mercado energético, o milho Enogen tem feito ainda mais sucesso entre os pecuaristas, que representam um mercado muito maior e mais robusto para o consumo do produto. De acordo com pesquisadores da Universidade de Lincoln Nebraska, sementes híbridas garantem um melhor aproveitamento energético por bovinos.
“É mais digerível e ajuda a aumentar a eficiência alimentar. Em outras palavras, menos ração passam pelo animal, o que isso significa que um produtor pode usar menos ração e cultivar em áreas menores, já que o ganho alimentar é de até 5%”, completou.
A semente do milho Enogen ainda não está disponível para o produtor brasileiro. A fabricante avalia, no entanto, que esse é um mercado importante e a tecnologia deve chegar ao país em 2024.
* A equipe do Canal Rural viajou a convite da Syngenta
Por Fábio Santos, de Downers Grove (EUA)
Fonte: Canal Rural
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