A demanda por etanol hidratado segue aquecida neste Ano Safra 2019/2020, que teve início em abril, motivada pelo preço do combustível, que está mais atrativo do que o da gasolina nas bombas. Dados de agosto da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam o consumo aproximado de 1,87 bilhão de litros de etanol hidratado no país, o que representa um crescimento de 2,49% em relação ao mesmo mês de 2018, quando foram comercializados cerca de 1,82 bilhão de litros.
Nos oito primeiros meses de 2019, as vendas do biocombustível somaram 14,49 bilhões de litros, um volume 25,79% superior em relação a igual período do ano passado (confira na tabela abaixo). São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, estados que aplicam tributação diferenciada para o álcool veicular, concentram entre 80% e 85% da demanda. De acordo com cálculos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), se esse volume fosse de gasolina, o país teria gasto R$ 6,5 bilhões a mais com combustíveis em 2018.
O gerente de Economia e Análise Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, afirma que a tecnologia flex foi fundamental para impulsionar as vendas. “Do total de 38 milhões de veículos leves no Brasil, cerca de 30 milhões, ou seja, aproximadamente 80% da frota nacional, podem abastecer com etanol ou gasolina”, afirma. “Poder escolher dá uma condição única ao consumidor brasileiro e é uma grande vantagem, também, para as usinas, que podem produzir açúcar ou etanol, conforme a oscilação de preços. O país fica mais competitivo e menos exposto às crises no mercado internacional de açúcar.”
Safra recorde
Com o baixo valor do açúcar no mercado internacional e a alta da gasolina internamente, as usinas têm produzido mais etanol para atender a demanda. A safra 2018/2019 registrou a produção de aproximadamente 33 bilhões de litros de etanol, um recorde no país. E a expectativa é que a safra atual feche o ano com a oferta muito próxima desse volume. Até o momento, o Centro-Sul do Brasil processou quase 400 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, dos quais cerca de 70% foi direcionado para a produção do biocombustível.
Para os próximos anos, o setor espera a consolidação do RenovaBio, programa do Governo Federal de incentivo ao biocombustível, para que o etanol se mantenha como produto relevante para a indústria. “Estimular o uso de etanol significa estimular um combustível limpo, do ponto de vista ambiental, e produzido domesticamente, gerando emprego e renda”, afirma Luciano Rodrigues.
O especialista ressalta que o setor impacta positivamente quase 2,5 milhões de pessoas, entre empregos diretos e indiretos, promovendo um fluxo de renda e desenvolvimento em regiões do interior do país, rotineiramente mais pobres do que as áreas litorâneas, além de diminuir os gastos com importação de gasolina. “A melhora de renda e de oportunidades, aliada aos benefícios ambientais, resulta em ganhos com qualidade de vida”, avalia Rodrigues.
Etanol e eletricidade
Fonte de energia limpa e renovável, com baixa pegada de carbono, o etanol é um forte aliado da eletrificação veicular. Tanto que a Toyota acabou de lançar no Brasil o primeiro veículo híbrido flex do mundo, um modelo Corolla, que pode usar eletricidade, etanol ou gasolina em qualquer proporção. A Nissan tem um protótipo elétrico com célula de combustível de hidrogênio, que usa etanol como energia para alimentar o motor, já em fase final de análise, que foi testado no Brasil e deve entrar no mercado em breve.
“Acreditamos que a matriz mundial será cada vez mais diversificada, com diferentes tecnologias, apropriadas para cada região. Nesse processo de eletrificação, temos um potencial enorme para incorporar o etanol como uma solução, uma vantagem competitiva em relação aos outros países”, analisa Luciano Rodrigues.
Fonte: Copersucar
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