Na mesma proporção cresce o consumo, que aumentou 50% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2018
Com produção estimada de 3,5 bilhões de litros, o etanol deve bater novo recorde de fabricação na safra deste ano. Em 2018, o produto registrou recorde de produção dos últimos 20 anos. Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), fez estimativa de mercado para oJornal da Manhã, ontem.
No primeiro semestre, o aumento observado no consumo foi de 50% em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento se deve ao preço que a gasolina tem apresentado, o que tem feito o motorista preferir o biocombustível na hora de abastecer. “Para atender à demanda maior, muitas usinas estão se expandindo”, declara Campos.
A produção de álcool de 2019 deve ser 1 bilhão de litros maior que a do ano passado. Para alcançar essa façanha, as indústrias do Estado, de acordo com Campos, irão processar 65 milhões de toneladas de cana-de-açúcar durante toda a safra. “Nós estamos registrando alta de produção de cana e do etanol. A produção de açúcar está mantendo a média do ano passado”, destaca. Em 2018, o volume produzido foi de 2,5 bilhões de litros.
Segundo Campos, hoje, os produtores mineiros estão com atenção voltada para o mercado interno e já pensam na próxima safra. “Nós temos espaço para crescer a produtividade e os empresários trabalham na expansão do processamento na indústria, como na reforma e no melhoramento dos canaviais na zona rural”, revela.
Adição de 10% na gasolina da China ainda não anima o setor no Brasil. A China, país com maior frota automotiva do mundo, prepara-se para adicionar 10% de etanol na gasolina comercializada no país. A adição ocorrerá no início do próximo ano e irá gerar nova demanda, de cerca de 15 bilhões de litros por ano. Porém, de imediato, a nova demanda não gera muita expectativa para o presidente da Siamig.
De acordo com Mário Campos, apesar da briga comercial que o país asiático trava com os Estados Unidos, os americanos podem se apresentar com solução viável em curto prazo. “Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de etanol e, apesar da briga comercial, podem ser uma solução mais rápida para atender a demanda”, estima, ressaltando ter atenção voltada ao mercado interno.
A China tem, atualmente, 240 milhões de veículos e a perspectiva é de que esse volume dobre nos próximos 20 anos. Executivos do setor sucroenergético brasileiro estiveram na China, recentemente, e apresentaram o Brasil como solução, lembrando que por aqui desenvolveram diversos testes relacionados ao impacto nos motores dos carros, à durabilidade, ao consumo, a emissões e ao reflexo nos preços nas bombas, sem que tenha sido constatado qualquer tipo de problema associado a esse nível de mistura.
A gasolina brasileira possui mistura de 27% do biocombustível e o Governo Federal irá promover seminário na China, no início do próximo ano, com o objetivo de apresentar o programa de etanol brasileiro e debater temas como o impacto do etanol na indústria automobilística, questões ambientais, regulatórias e de abastecimento.
Por Luiz Gustavo Rezende
Fonte: JM Online
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