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ESTRATÉGIAS ADOTADAS INTERFEREM NA INFESTAÇÃO DE PRAGAS NAS SOQUEIRAS | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

ESTRATÉGIAS ADOTADAS INTERFEREM NA INFESTAÇÃO DE PRAGAS NAS SOQUEIRAS

Sucesso no controle depende da definição do momento adequado para utilização de inseticida e do uso de tecnologia de aplicação eficiente

O período pós-colheita de cana-de-açúcar pode criar condições mais favoráveis para o aumento da incidência de pragas, como Sphenophorus-levis, Migdolus, cigarrinha-das-raizes, broca-da-cana. Apesar da infestação se manter estável em diversos casos, algumas práticas e estratégias adotadas por usinas e produtores de cana têm impacto direto na redução ou na elevação da ocorrência de pragas nas soqueiras.

O manejo da palha e a alocação de recursos para a prevenção e controle interferem, por exemplo, diretamente nos índices de infestação. Para evitar danos econômicos devido à incidência dos insetos-praga, existe a necessidade de definir o momento mais adequado para o controle químico e de utilizar tecnologia de aplicação eficiente.

A relação entre a presença da palha na linha da cana e o aumento de algumas pragas, especialmente a cigarrinha-das-raízes e o Sphenophorus, é notória – afirma o engenheiro agrônomo José Antonio de Souza Rossato Junior, presidente da Coplana – Cooperativa Agroindustrial, com sede em Guariba, SP.

“Ensaios de pesquisa de campo realizados recentemente na região de Ribeirão Preto evidenciam que a população de cigarrinha-das-raízes é reduzida pela metade quando ocorre a adoção da prática de aleiramento da palha”, observa ele, que é professor da graduação e da pós-graduação do Curso de Agronomia da Fafram - Fundação Educacional de Ituverava, SP.

Segundo José Rossato, a falta de alinhamento entre a área financeira e a agrícola é outro fator que pode proporcionar o aumento de algumas pragas no campo. Esse descompasso resulta, por exemplo, no manejo de pragas aquém da necessidade ou fora da janela ideal (timing) – constata.



“É possível perceber uma estratégia clara de alguns grupos do setor, bem como de fornecedores, que sob resultados econômicos e financeiros pressionados, naturalmente têm restringido o orçamento alocado para os tratos culturais”, comenta ele, que é também professor do Programa de Mestrado Profissional em Administração da Unesp, campus de Jaboticabal, SP.

Desencadeada por diferentes motivos, a elevação da infestação de pragas nas soqueiras de cana gera preocupação e dúvidas sobre a melhor forma e o momento mais apropriado de combatê-las. O monitoramento das principais pragas no campo é fundamental para o controle eficaz.

“O setor precisa aproveitar a oportunidade de aprendizado com o manejo de pragas que é realizado no cultivo dos grãos, onde a frequência de visitas nos talhões é maior e mais intensa. Este acompanhamento mais constante permite monitorar a dinâmica populacional das principais pragas com maior clareza e tomar a decisão de controle com maior assertividade” – diz.

De acordo com ele, há aplicativos com algoritmos que estão disponíveis no mercado e podem auxiliar na inferência de possíveis cenários de infestação de algumas pragas. “A digitalização do manejo de pragas da cana-de-açúcar no campo já é uma realidade e tem contribuído sobremaneira”, enfatiza.

As ações voltadas ao combate das infestações devem levar em consideração – destaca José Rossato – outro pilar importante: o treinamento e a capacitação das equipes que efetuam o levantamento das pragas no campo, a fim de proporcionar o correto reconhecimento e identificação das mesmas. “Com monitoramento constante e sob equipe capacitada, cabe avaliar as táticas de manejo que têm aderência à estratégia da unidade agroindustrial ou da propriedade agrícola e efetuá-las com sustentabilidade”, pondera.

A aplicação de inseticida – avalia – deve ocorrer de forma equilibrada e embasada nas situações em que o inseto-praga tenha atingido o limiar de controle e esteja próximo de causar dano econômico à cultura. Para as três principais pragas nas soqueiras da cana-de-açúcar os índices de infestação – detalha – que geralmente requerem o controle químico são: broca-da-cana, 10 a 15 dias após a coleta de 10 mariposas machos na armadilha de feromônio ou 3% de broquinhas presentes na bainha das folhas; cigarrinha-das-raízes, 3 ninfas/metro e Sphenophorus, 3% de rizomas atacados.

Para realização de um controle químico eficiente, é importante também conhecer a molécula inseticida, suas limitações de uso e selecionar a tecnologia de aplicação mais adequada a fim de preservar o seu potencial de ação e atingir elevada eficácia no campo – observa o professor da Fafram.

A relação custo-benefício na seleção de uma molécula química envolve o custo do controle (molécula e aplicação), sua eficácia de controle e a estimativa de valor da matéria-prima (em reais por tonelada produzida por hectare) – explica.

Aplicação bem-sucedida - A definição do momento adequado para aplicação do inseticida é fundamental para a obtenção de bons resultados no controle químico – afirma o engenheiro agrônomo Auro Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas.

A utilização de inseticida, antes do aumento do índice de infestação, não é recomendável, pois o produto não tem efeito residual. Se determinada área tiver infestação muito alta, o agroquímico também não terá o efeito esperado – pondera. “O ideal é aplicar no momento mais adequado possível”, enfatiza.

O nível de infestação não pode estar muito elevado nem muito baixo para que não haja desperdício de recursos, ou seja, inseticida, combustível, mão de obra, máquina – comenta.

A utilização de armadilhas, para a obtenção de amostras relacionadas ao nível de infestação do canavial, deve ocorrer de maneira criteriosa e cuidadosa – ressalta. Para isto, existe a necessidade de contar com equipe bem preparada e treinada.

A utilização de equipamento eficiente é outro aspecto importante para que o controle químico seja bem-sucedido. Aliado do produtor e de usinas no combate a pragas, o Aplicador de Inseticidas em Soqueiras (bomba modelo JP) – fabricado pela DMB – oferece, entre outras soluções, a aplicação do inseticida a uma profundidade de 5 à 10 centímetros para o controle do Sphenophorus e a 20 cm para o controle do Migdolus.
Esse Aplicador de Inseticidas da DMB é dotado de barra porta ferramentas para a fixação dos conjuntos para fazer a aplicação em 3 linhas de soqueiras simultaneamente. O implemento possui tanque com capacidade para 600 litros de calda, com visor de nível, equipado com bomba de pistão modelo JP acoplada à TDP do trator, para a pulverização do inseticida. Há também a opção de Aplicador equipado com bomba de pistão acionada pela TDP do trator através de cardan para a pulverização do agroquímico.

A empresa oferece ainda modelo com kit desenleirador fixado ao implemento, que realiza o afastamento da palha nas três linhas da linha da soqueira. Acoplado ao kit desenleirador, há também o kit 70/30, que possibilita enterrar 70% da dose do produto e pulverizar, na parte da aérea, 30% do volume do inseticida – explica Auro Pardinho. Dessa maneira, é possível atingir o inseto tanto na forma de ninfa como na fase adulta.

Fonte: CanaOnline

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