O primeiro trimestre da safra 2019/20 no Centro-Sul fortaleceu o caixa de muitas empresas do setor, marcando um cenário bem distinto do observado na temporada passada. Apesar da produção de açúcar e etanol estarem menores, os valores obtidos com as vendas dos dois produtos foram mais remuneradores.
A consultoria FG/A, sediada em Ribeirão Preto, estima que o faturamento com vendas de açúcar e etanol no trimestre tenha superado em média 26,5% o resultado do mesmo período da safra 2018/19.
A estrela do trimestre foi o etanol. Com vendas que têm batido recordes mensais e que, em maio, superaram a "mítica" barreira dos 2 bilhões de litros no caso do hidratado, as usinas ainda se beneficiaram de preços mais elevados. Considerando as variações de etanol hidratado e do anidro, o valor médio obtido com a venda do biocombustível no trimestre superou em 8,4% o preço médio de um ano atrás, de acordo com a FG/A.
O volume de vendas de etanol no país, por sua vez, superou em 22% a quantidade vendida no primeiro trimestre da safra passada, para 7,8 bilhões de litros de hidratado e anidro, de acordo com a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). Apenas as vendas de hidratado somaram 5,7 bilhões de litros, aumento de 1,3 bilhão de litros. É como se as vendas do período tivessem ocorrido com um mês a mais de consumo do que o de costume.
As vendas de maio foram particularmente agressivas porque, como as usinas começaram a safra com baixos estoques e as chuvas de abril atrasaram a colheita, houve demora para repor estoques das distribuidoras e do etanolduto, explicou Martinho Ono, diretor da trading SCA.
O peso do etanol na composição do faturamento foi ainda maior porque as usinas estão maximizando a produção do biocombustível. Do caldo da cana moída no Centro-Sul, 65,3% foi para produzir etanol.
O açúcar também pode ter oferecido boa remuneração, dependendo da estratégia de cada usina. A disparada do dólar em momentos recentes pode ter favorecido o valor de fixação antecipada das vendas efetivadas no último período, segundo William Hernandes, sócio da FG/A.
Em dólares, a receita com as exportações ainda foi menor. De abril a junho, os embarques de açúcar bruto renderam R$ 1,171 bilhão, 9% a menos do que um ano antes, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume embarcado representa pouco menos da metade (45%) da produção do período reportada pela Unica.
Já no mercado interno - que absorve um terço da produção nacional -, o indicador Cepea/Esalq para o açúcar cristal em São Paulo ficou em R$ 66,87 a saca quilos no trimestre, alta de 20,2% ante a média de igual intervalo da safra passada.
Fonte: Valor Econômico
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