Custo de produção médio da cana é de R$ 103/t, mas produtores independentes recebem R$ 80/t
Na temporada 2018/19, os produtores de cana sofreram com a queda de produtividade agrícola por conta da seca no início da safra, que durou quase 120 dias. O fato pressionou os custos de produção, que também foram afetados pela elevação do preço do diesel, dos pneus, dos fertilizantes e dos defensivos agrícolas.
Não é de hoje que os custos de produção da cana-de-açúcar têm se tornado cada vez mais elevados, afetando especialmente os produtores independentes, que usualmente não são remunerados de forma que torne a atividade vantajosa economicamente. Essa situação se estende há anos e a queda na produtividade dos canaviais a acompanha em um ciclo vicioso.
Segundo estudo do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), a redução de custos e a melhoria da eficiência produtiva é o caminho que precisa ser traçado – apesar das difíceis condições financeiras.
“A robustez e a geração de caixa estarão associadas a operações mais eficientes e custos de produção mais baixos, embora o processo de ajuste da curva de custos seja lento, uma vez que o ciclo da cana-de-açúcar e´ longo”, expressa o documento.
O estudo também destaca que, em cenário de crescimento dos custos de produção, a busca pela produtividade é altamente necessária, assim como por mecanismos de incremento da renda dos produtores, que são negociados com as usinas. Com isso, seria possível tornar a cadeia da cana-de-açúcar mais sinérgica e eficiente.
Um destes “mecanismos” está na mais recente alteração do Consecana, que estabelece o pagamento de um prêmio associado à pureza no caldo da cana, fator que gera um maior rendimento industrial.
A análise do Pecege deriva de uma pesquisa sobre os custos dos produtores independentes de cana na safra 2018/19, com amostra composta por 38 regiões produtoras nos seis estados brasileiros do Centro-Sul. O programa dividiu as regiões em painéis e fez reuniões com grupos de produtores para definir as características técnicas e econômicas do sistema de produção típico daquela área. Com isso, o estudo não apresenta particularidades individuais, mas um panorama regional dos custos.
O estudo do Pecege é uma parceria com a Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Fonte: AGROLINK COM INF. DE ASSESSORIA
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