Vivemos uma semana de apreensão para o anúncio do novo Plano Safra, que está marcado para o próximo dia 12, mas tem tudo para ser adiado. Fora isso, enfrentamos uma volatilidade muito grande na economia, com os preços subindo e descendo com muita rapidez.
Os custos subiram muito e, se o produtor fizer as contas, pode perceber que o lucro não virá. Ouvi atentamente o secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio, que informou que o governo terá que mexer nas taxas de juros
O que eu posso dizer que as taxas vão subir, já que as próprias taxas de juros que o governo paga para rolar suas dívidas estão em 12%. O produtor rural, sem dúvida, terá taxas mais altas.
Estou em Mato Grosso, e a taxa de lucro por aqui está em média por volta dos 3% e os juros, apenas da taxa subsidiada, deve ficar em torno de 6% a 7%. A conta não fecha.
Evidentemente, o produtor terá que pegar dinheiro a taxa de juros livre, isso ficará em mais ou menos 17%. Nesta próxima safra, o produtor que precisa de financiamento precisa rever o que ele pode controlar, como a estratégia de comercialização e seus custos.
E tem outro agravante: uma projeção feita pelo banco Itaú aponta que o preço da soja pode cair abaixo dos US$ 8 por bushel por causa da queda da demanda Chinesa e safra cheia. Se isso acontecer, meus amigos, o número de recuperação judicial dos produtores rurais vai aumentar substancialmente.
A minha dica continua sendo a de o produtor ficar cada dia mais independente do governo, pois não dá mais para contar com esses subsídios.
Por Miguel Daoud - referência na análise econômica e política do Brasil, com base em índices e acontecimentos que direcionam o agronegócio e a indústria.
Fonte: Canal Rural ( 05/06)
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