Benéfico e seguro para o meio ambiente e para a economia global por ser uma fonte renovável de energia, o biocombustível está em meio a um intenso debate entre o aumento da mistura para gerar maior demanda dos produtos e críticas do setor automotivo.
Os sucessivos aumentos nos preços da gasolina e do diesel deram força e argumento econômico aos produtores agrícolas, depois do veto técnico do Ministério das Minas e Energia (MME) para a elevação da mistura, atualmente em 10% (B10), para 11% (B11) em junho de 2019 e até 15% (B15) em 2023.
Na visão do CEO da VMX, Carlos Cesar Floriano, os biocombustíveis são a solução para o meio ambiente e para a economia do setor. “O biodiesel move toda uma cadeia que gera empregos, reduz a emissão de poluentes e coloca o País em papel de destaque no mundo”, afirma.
O economista Marcos Fava Neves destacou em artigo publicado que cenário mundial para o produto está promissor. “A EPA (Agência de Proteção Ambiental) dos EUA divulgou as metas de biocombustíveis para 2019, um número pouco maior que o de 2018. No total serão misturados aos combustíveis fósseis 19,92 bilhões de galões (19,29 neste ano). Milho e os convencionais continuam com os 15 bilhões de galões. Os avançados (onde se encontra a cana) aumentaram para 4,92 bilhões de litros (aqui inclui 2,1 bilhões de galões de biodiesel) principalmente puxados pelos celulósicos, que aumentaram quase 40 milhões de galões. O teor médio da mistura de etanol na gasolina dos EUA é de 10,11%.”, explica.
Ainda de acordo com Carlos Cesar Floriano, os biocombustíveis são todos os materiais utilizados para geração de energia a partir de biomassa orgânica para uso em motores a combustão interna. “Em síntese, uma das suas principais vantagens é a sustentabilidade ambiental e potencial para substituir de maneira total ou parcial os combustíveis fósseis”, conclui Floriano.
Contraponto
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou ao grupo de trabalho setorial, comandado pelo MME, que o biodiesel apresentou problemas em alguns testes de associadas, principalmente com possíveis danos a motores e veículos causados pela instabilidade na mistura.
O governo tem acenado com uma chamada nova Política Nacional de Biocombustíveis com o objetivo de expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseada na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social, e compatível com o crescimento do mercado. Através dessa nova política espera-se que haja um decréscimo de emissões dos gases de efeito estufa. A partir dessa nova regra a procura por biodiesel irá elevar, consequentemente a procura por oleaginosas e gordura animal também.
Segundo o relatório divulgado pela AIE (Agência Internacional de Energia), o País é o que tem maior participação de fontes renováveis no setor e deve somar 45% até 2023, principalmente em função da bioenergia e da hidroeletricidade. Segundo levantamento, a bioenergia moderna (etanol e biodiesel) representou 50% do consumo energético global de origem sustentável no ano passado, sendo quatro vezes mais que as fontes solar fotovoltaica e eólica combinadas. Em projeção feita pela Agência, a bioenergia deve permanecer como a principal fonte de energia renovável em 2023. Já dados da Consultoria TerraFirma revelam que, até 2030, a produção de biodiesel pode chegar a 7,5 milhões de toneladas.
Fonte: Exame
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