Colheita de má qualidade e trânsito de equipamentos sobre a lavoura abala as soqueiras e chega a arrancar rizomas. Consequência direta são falhas na brotação e menos cana na safra seguinte
Metas de volume diário em toneladas de cana-de-açúcar por máquina são usualmente impostas por unidades agroindustriais ao longo da safra. Essa prática acaba forçando a operação a trabalhar em velocidades superiores ao recomendado e de forma pouco zelosa. Uma consequência direta dessa “colheita de má qualidade” é o abalo excessivo das soqueiras, que chega, muitas vezes, ao arranquio de rizomas. Espaços vazios nas linhas de cana são gerados, resultando em menos produção na safra seguinte devido a falhas de brotação.
Para Wilson Agapito, coordenador do GMEC (Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético), tanto usinas como produtores devem procurar realizar uma colheita tecnificada, com a velocidade sendo determinada pelo TCH da lavoura. “Além disso, todos os equipamentos devem ter suas bitolas ajustadas ao espaçamento utilizado para não pisar nas linhas. Já as demarcações de manobras de caminhões dentro das propriedades devem ser bem elaboradas a fim de que grandes composições não danifiquem o plantio em cantos de talhões.” O profissional alerta, ainda, que é essencial que todos os operadores estejam bem-informados, “pois o objetivo só será alcançado se os recursos humanos estiverem engajados”.
Outro ponto de atenção, segundo ele, é relacionado às facas de corte, que devem possuir a menor espessura possível e ser avaliadas constantemente. “Muitas unidades avaliam as facas em função da quantidade de toneladas que colhem. Porém, na maioria das vezes, esse número fica com o setor de manutenção e não com a operação, onde o pensamento é ‘quanto mais colhemos, melhor’. Na verdade, é o contrário. A avaliação da troca das facas deve ser pelo dano causado à soqueira, independentemente de sua durabilidade e dos custos facas na tonelada colhida.”
Com relação aos equipamentos não produtivos, estes não podem transitar sobre os talhões. As manobras sobre a lavoura também devem ser evitadas a todo custo. “Neste ponto recai a importância de um bom planejamento, pois adequa-se a topografia para que a sistematização e o plantio eliminem ou diminuam bicos e ruas ‘mortas’.” De acordo com Agapito, todos os talhões devem ser ajustados para a melhor condição de colheita e operações subsequentes de tratos culturais. “Por vezes, mais de um projeto deve ser discutido entre as áreas operacionais envolvidas para que se chegue a melhor condição.”
O coordenador do GMEC também não recomenda que ocorram reparos de equipamentos sobre a lavoura, salvo casos em que o equipamento não consiga se locomover até o carreador. Nesta situação, caso o veículo necessite entrar no canavial, deve acompanhar o rastro já demarcado pelo transbordo. O abastecimento é outra operação que não pode ser realizada dentro da lavoura, não somente pelo pisoteio, mas também pelo risco de contaminação do solo com derivados de petróleo.
Fonte: CanaOnline
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