Segundo agência, litro foi cotado a R$ 2,63 nos postos em janeiro. Economista atribui baixa à redução da gasolina e aumento de estoque de álcool nas usinas.
O preço médio do etanol comercializado nos postos do Estado de São Paulo em janeiro deste ano caiu 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado, apontam dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A redução contraria a tendência de aumento do período da entressafra, quando as usinas interrompem a produção.
De acordo com o levantamento, feito a partir de informações coletadas em 6,6 mil postos paulistas, o litro do derivado da cana-de-açúcar foi cotado a R$ 2,63 até o último dia 26 contra R$ 2,85 em 2018. A cotação é a mais baixa entre todos os estados brasileiros, de acordo com a agência, apesar de uma alta de R$ 0,10 nos preços máximos praticados - de R$ 3,59 para R$ 3,69.
O preço menor resulta de fatores como a baixa na gasolina, influenciada pela redução na cotação do petróleo no exterior, segundo o economista Luciano Nakabashi, da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace), em Ribeirão Preto (SP), um dos principais polos sucroenergéticos do país.
"O que a gente presenciou foi uma redução no preço da gasolina a partir de outubro e isso afetou também o etanol, porque os dois combustíveis estão muito relacionados, porque são substitutos: a hora que afeta o preço de um, a tendência é que o outro combustível vá na mesma direção", explica.
Segundo Nakabashi, o estoque em alta do etanol nas usinas também exerceu influência. Em 2018, as indústrias do setor focaram a produção do combustível em detrimento do açúcar, com valor de venda menos interessante no mercado internacional, e bateram um recorde de 11 anos nas unidades da região Centro-Sul do país.
"Acaba sobrando etanol no mercado, ainda mais que essa última safra foi muito mais voltada para a produção do etanol. Como o preço do açúcar não está atrativo, elas direcionaram o máximo possível da produção da cana para o etanol", afirma.
O presidente do Sindicato Brasileiro das Distribuidoras de Combustíveis (Sinbracom), Valdemar de Bortoli Júnior, confirma um aumento da procura pelo etanol depois que houve redução no preço. Os abastecimentos do etanol anidro nos carros, segundo ele, chegam a responder por 80% dos consumidores nos postos.
"Não é esperada essa baixa. Geralmente na entressafra a tendência do preço do etanol é subir, mas as usinas estão com muito estoque, então realmente o preço, apesar de o consumo ter subido, baixou", diz.
Para o economista da Fundace, a tendência é de que os preços se mantenham estáveis nos próximos meses se não houver alta no preço do petróleo nem questões macroeconômicas que influenciem o câmbio.
"A tendência não é de aumento do petróleo, pelo menos nos próximos meses. O câmbio, se não ocorrer alguma coisa assim, uma insegurança muito grande no curto prazo, tende também a se manter mais ou menos nesse patamar", afirma Nakabashi.
Fonte: Portal G1
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