O Brasil é referência mundial na substituição de combustível fóssil por combustíveis renováveis, na forma de etanol e biodiesel. Nos primeiros nove meses de 2018, o etanol adicionado à gasolina e utilizado na frota flex do País substituiu 44,3% da gasolina. Em alguns Estados, como Mato Grosso, esse grau de substituição chega a 64,2%. Em São Paulo, que é o maior consumidor do ciclo Otto (gasolina mais etanol), a substituição alcançou 57,8% no período. Esses números, citados pelo presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari, revelam não só o potencial de economia de combustível fóssil no País como de redução de emissões de gases do efeito estufa - nas quais o insumo proveniente do petróleo é pródigo.
O setor de biocombustíveis dará uma contribuição enorme para o Brasil atingir as metas que se comprometeu a cumprir dentro do Acordo de Paris", diz Nastari. Ele comenta, porém, que a execução do Plano Nacional de Biocombustíveis, o Renovabio, aprovado em 26 de dezembro de 2017 sob a lei 13.576, se dará "independentemente de o Brasil permanecer no acordo". O Renovabio foi formulado pelo governo federal justamente por causa dos compromissos que o Brasil assumiu no acordo climático, de reduzir as emissões de gás carbônico nas áreas de energia e transportes. A meta, explica Nastari, é reduzir 10,1% a intensidade de emissão de carbono no setor de energia e transportes até 2028. Não se trata, porém, de adesão obrigatória das empresas ao Renovabio. "Não é mandatório", diz Nastari. "É um programa que visa criar um ordenamento e uma previsibilidade para o setor, além de trazer maior competitividade para o segmento de biocombustíveis, pois o Renovabio visa estimular o aumento da eficiência energética e a redução do impacto ambiental."
Com o novo programa, ele acredita que o etanol será um combustível cada vez mais sustentável. "De fato, ele já é o combustível mais sustentável do mundo e vai ficar cada vez mais eficiente do ponto de vista ambiental." Para ele, é inevitável que o Brasil continue nessa "rota de sustentabilidade crescente". "Mas é absolutamente indesejável que o Brasil abandone o Acordo do Clima porque já é o país mais `verde´ do mundo e o que tem melhores condições de se diferenciar nos quesitos de produção de alimentos e energia sustentáveis. Somos um grande exemplo no uso da terra e de água."
Fonte: Estadão Conteúdo
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