Moagem de cana deve ficar estável graças a regime de chuvas positivo
Segundo executivos do mercado, o processamento na próxima safra deve se encerrar entre 555 milhões e 560 milhões de toneladas, enquanto o setor manifesta otimismo após as eleições
A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do País na safra 2019/2020, que se inicia em abril do próximo ano, deve ser similar à alcançada no ciclo atual, devido ao regime de chuvas favorável para a cultura, estimaram especialistas durante a 18ª Conferência Datagro de Açúcar e Etanol.
De acordo com o diretor da Tereos, Jacyr Costa Filho, a próxima safra deve ser muito parecida com a que está terminando, que deve se encerrar com a moagem entre 555 milhões de toneladas e 560 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
“Tivemos chuva anormal muito positiva no mês de setembro, o que resultou em recuperação para os canaviais. Isso vai dar um retorno para a próxima safra se continuar esse regime intercalado com o calor.”Para a gerente de pesquisa de açúcar e etanol da Bunge, Luciana Toressan, a moagem pode chegar a 575 milhões de toneladas em 2019/2020. “Nós próximos três anos, o Brasil não deve voltar a moer 600 milhões de toneladas”, projetou durante apresentação no evento.
Em Minas Gerais, a safra 2018/2019 deverá registrar moagem de 65 milhões de toneladas. “Isso deverá se concretizar considerando os volumes de março, que ainda contam como sendo desta temporada. Para o ano que vem, esperamos no mínimo manter a produção deste ano”, disse o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos. Para ele, as usinas devem manter o mix mais alcooleiro registrado nas safras recentes.
“O setor ficou mais flexível em termos da sua estrutura produtiva e minha expectativa é de que no ano que vem o setor permaneça mais alcooleiro, em função da manutenção da política de preços de combustíveis no Brasil”, destacou.
Mercado externo
Conforme o diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Souza, a reunião de consulta entre o governo brasileiro e o tailandês deve ocorrer na próxima semana para debater a reforma que eles anunciaram. No caso da China, o Brasil aguarda a manifestação do governo sobre o pedido de painel apresentado à Organização Mundial do Comércio (OMC).“Dependendo de como os chineses se colocarem, passado o período de consulta, podemos pedir a formação do painel, mas a perspectiva é de uma decisão favorável”, salientou Souza.
“ Temos argumentos muito fortes para contestar as salvaguardas e a forma como são alocados os volumes dentro e fora da cota, o que pode fazer com que os chineses aceitem uma solução”, complementou.Já em relação à Índia, Souza informou que estudos jurídicos e econômicos estão em fase de conclusão e que uma nova reunião entre os países deve ocorrer em novembro. “Gostaríamos de apresentar essa questão na OMC ainda neste ano”, assinala. O setor ainda manifestou otimismo com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência da República.
“No que se refere a biocombustíveis, penso que o ponto relevante para nós é que o apoio [do novo governo] será total e que haverá continuidade do Renovabio, que é muito importante não só para o setor, mas também para a sociedade brasileira”, afirmou Costa Filho, da Tereos.Campos, da Siamig, destaca que o Renovabio será efetivado durante a gestão de Bolsonaro a partir de dezembro de 2019.
“Faltam ainda algumas questões, que serão definidas, mas recuar da intenção de sair do Acordo de Paris, que dá sustentação ao Renovabio, foi um passo importante.” Para ele, o Brasil precisa ter uma conversa mais dura com outros mercados emergentes, com Índia e China subsidiando a produção ou criando barreiras para a entrada do produto brasileiro.
“Isso é importante para que a gente consiga que o mercado de açúcar seja mais livre.”Souza, da Unica, destaca achar difícil que o novo governo reveja as tarifas de importação para o etanol dos Estados Unidos, ainda que diante da sinalização de proximidade entre Bolsonaro e o presidente norte-americano Donald Trump. “Acho difícil que o novo presidente eleito do Brasil vá contra uma definição como essa. Isso seria muito negativo, uma ruptura”, avalia.
Fonte: DCI
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