A produção de biocombustíveis, com destaque para o etanol, atualmente utilizado em mais de 66 países, será estratégica para o cumprimento das metas de redução das emissões de CO2 assumidas por mais de 190 nações no Acordo de Paris, pacto assinado em 2015 com o objetivo de minimizar as consequências do aquecimento global. Esta foi a mensagem compartilhada entre a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e especialistas em energias renováveis que participaram, na semana passada (19/09), de uma conferência sobre combustíveis avançados que reuniu mais de 150 pessoas em Gotemburgo, Suécia.
Integrando mais uma ação da entidade brasileira em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para promover os derivados da cana no exterior, a assessora sênior da presidência para Assuntos Internacionais da UNICA, Geraldine Kutas, foi palestrante em evento organizado pela SVEBIO, associação sueca de biomassa.
“Falei sobre a experiência do Brasil com o etanol e como isso ajudou o nosso país a ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, referência internacional em termos de sustentabilidade. Em 15 anos, o uso deste biocombustível em carros e motos flex proporcionou desenvolvimento ambiental, mitigando mais de 480 milhões de toneladas de CO2, trazendo prosperidade socioeconômica com a geração de milhões de empregos no campo e na cidade. A pujança do setor sucroenergético brasileiro e o papel dos biocombustíveis sustentáveis no âmbito do Acordo de Paris é consenso entre especialistas na questão do clima”, afirma a executiva da UNICA.
Segundo Geraldine, entidades globais de energias renováveis, entre elas a Agência Internacional para as Energias Renováveis (INENA), reconhecem a importância dos combustíveis renováveis como o etanol de cana para que as metas de Paris sejam alcançadas.
“Expus a relevância do etanol para a descarbonização da economia em diversos países, especialmente nas Américas, onde estão 14 dos 66 países que possuem mandatos ou estudam adicionar combustíveis renováveis (etanol e biodiesel) aos fósseis. Além disso, destaquei o desdobramento tecnológico associado aos biocombustíveis, como os bioplásticos e os carros híbridos flex, e a criação de políticas inovadoras de estimulo à produção: o RenovaBio”, explica a assessora sênior da UNICA.
Em processo de regulamentação, o programa RenovaBio tem previsão para entrar em vigor em janeiro de 2020 como parte dos esforços para que o Brasil reduza em até 43% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, conforme determinado no Acordo de Paris. Estima-se que nos próximos doze anos, este incentivo à produção de combustíveis renováveis, sem subsídios ou renúncia fiscal, evite a emissão de 847 milhões de toneladas de CO2, principalmente considerando os benefícios advindos da não importação de aproximadamente 300 bilhões de litros de gasolina/diesel. Além disso, o estímulo ajudará a criar aproximadamente 1,4 milhões de empregos somente na cadeia sucroenergética.
Durante a conferência sueca, Geraldine Kutas debateu o tema dos biocombustíveis com e Jeffey Skeer, da Agencia internacional de energias renováveis (IRENA, na sigla em inglês), Ulrika Frick, representante do Conselho de Transporte da região de Gotalândia Ocidental, na Suécia, Sandeep Poundrik, do Ministério do Petróleo e Gás Natural da Índia, Bernd Kuepker, da Comissão Europeia, Lina Kinning, do Ministério Sueco de Meio Ambiente e Energia, e Gustav Melin, CEO da SVEBIO.
Fonte: UNICA
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