Uma pesquisa da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) analisa a compatibilidade de micro-organismos benéficos, denominados de ativos biológicos, com agroquímicos (inseticidas, fungicidas e promotores de crescimento vegetal) no incremento da produção de cana-de açúcar.
O trabalho teve como principais objetivos determinar a compatibilidade entre ativos biológicos bacterianos e produtos utilizados em mudas pré-brotadas no sistema de produção de cana-de-açúcar, e também a compatibilidade mútua entre as bactérias diazotróficas (diferentes gêneros de bactérias que além de fixar N2atmosférico, também promovem o crescimento de plantas pela produção de hormônios vegetais e disponibilização de outros nutrientes como o fósforo) e uma estirpe osmotolerante, especialmente desenvolvida para conferir maior tolerância de plantas à seca.
Segundo os autores, o pesquisador Bernardo de Almeida Halfeld-Vieira e a bolsista de pós-doutorado Michelli de Souza dos Santos, “o interesse na utilização de micro-organismos benéficos na cultura da cana-de-açúcar vem aumentando significativamente junto ao setor sucroenergético, tendo como principal objetivo compor sistemas de produção mais sustentáveis”, salientam. Deste modo, a utilização de produtos químicos poderia ser diminuída.
De acordo ainda com eles, “estes produtos são utilizados pelos produtores em mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar. Portanto, a compatibilidade destes ativos biológicos com os principais produtos em uso configura-se de importância para a inserção dos ativos biológicos ao sistema produtivo”.
Halfeld-Vieira diz que “dentre os micro-organismos benéficos com este potencial, algumas bactérias são consideradas como ativos biológicos que podem promover avanços no setor, trazendo ganhos econômicos e ambientais. Neste contexto, bactérias fixadoras de nitrogênio em gramíneas são consideradas como passíveis de oferecerem ganhos a esta cultura, quando combinadas em um pool contendo várias espécies bacterianas.”
Estudaram também a compatibilidade entre a estirpe osmotolerante B. aryabhattai e as demais bactérias diazotróficas. Michelli informa que “para que possa ser incorporada no pool de bactérias diazotróficas, a estirpe de B. aryabhattai não deve produzir compostos que inibam o desenvolvimento destas bactérias e vice-versa, pois o antagonismo entre elas culminaria em não estabelecer um ou mais ativos biológicos na planta, interferindo na obtenção do resultado esperado”.
O trabalho foi publicado no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 77, disponível na página da Embrapa Meio Ambiente para download.
Fonte: Grupo Cultivar
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