Um adesivo descoberto ao acaso, 100% natural, produzido com a mistura de borracha natural e materiais presentes no eucalipto e bagaço de cana-de-açúcar, foi patenteada pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), de Campinas (SP). De acordo com a pesquisadora Rubia Figueredo Gouveia, a "cola verde" une diferentes tipos de materiais, como madeiras, vidros e metais, e sua aplicação atende demandas das indústrias de papel, papelão e derivados, têxtil, automobilística, aeroespacialde e construção civil, entre outras.
Especialista em nanocompostos, Rubia conta que trabalhava na pesquisa de novos componentes a partir do aproveitamento de resíduos agroindustriais quando "descobriu a cola verde".
O composto 100% natural é formado por três elementos: látex, que é borracha natural extraída da seringueira; nanocelulose e lignina, materiais presentes na biomassa da cana ou como subproduto da indústria de papel e celulose, no processamento do eucalipto.
Segundo Rubia, a cola verde tem como característica o baixo custo e o fato de ser livre de solventes, já que sua base é de água, ou seja, atóxica.
"São materiais que estão presentes em abundância na natureza. No caso da nanocelulose e da lignina, o que a gente faz é isolar esses materiais de resíduos de biomassa", explica.
Aplicações
A fórmula desenvolvida em Campinas possibilita a colagem de produtos da mesma natureza (madeira com madeira, por exemplo), ou de diferentes tipos (madeira com vidro ou vidro com metal), com potencial para substituir adesivos plásticos normalmente usados na indústria.
Outras vantagens, segundo a pesquisadora, estão nas características do produto que, por conta da elasticidade do látex, permite um controle de impacto e absorção de choque utéis nas indústrias automobilística e de aviação.
Rubia vê ainda um uso direto da cola no trabalho com madeiras e construção civil, podendo ser empregada diretamente na preparação de lâminas e compensados, como o MDF. "Esse é um ponto forte. É possível utilizar o adesivo na colagem da fibra pulverizada, fazendo parte do processo para construção das lâminas de madeira", explica.
Mais do que praticidade, a pesquisadora destaca a vantagem de o produto ser atóxico, eliminando riscos de exposição comum a maioria dos adesivos utilizados atualmente na área.
Fonte: Portal G1
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