A maior parte dos R$ 14 bilhões que a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) pretende investir na América Latina no ciclo 2018-2022 deverá ser aportada no Brasil. A consolidação do etanol de cana como substituto da gasolina e a sustentabilidade do biocombustível para a redução das emissões de CO2 no setor de transportes estão entre as principais razões para que o conglomerado ítalo-americano destine mais recursos ao País.
Nos últimos meses, executivos de alto escalão da FCA, também dona das marcas Dodge, Chrysler, Maserati, Alfa Romeo, RAM e Lancia, têm reiterado a posição da multinacional em favor do modelo brasileiro de produção e utilização do etanol desenvolvido há mais de 40 anos. “Ninguém sabe tanto no mundo de etanol como se sabe no Brasil, ninguém tem etanol tão eficiente no mundo como se tem no Brasil”, afirmou Antonio Filosa, presidente da FCA na América Latina, nesta segunda-feira (25/06), durante anúncio da empresa, que nos próximos anos investirá um total de 45 bilhões de euros em todo o mundo visando novos produtos, motores e conectividade.
“Ao contemplar o biocombustível sucroenergético em seu plano de negócios, a FCA legitima sua estratégia de usar o etanol como uma fonte imprescindível rumo a ‘descabonização’ veicular e eletrificação da frota no Brasil”, observa o consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc. No final abril, o presidente da FCA, Sérgio Marchionne, ressaltou que modernização da indústria automotiva nacional, responsável por 54% das vendas da fabricante na América Latina, deve considerar a rota do biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar.
“Acredito ser impossível hoje em dia criar um modelo econômico de eletrificação completa sem combustível (...) O Brasil tem posição de destaque em relação ao etanol. Temos a solução aqui em casa, importar baterias não vai alimentar a economia local”, ressaltou o executivo, se referindo a adoção dos carros puramente elétricos sem o aproveitamento da infraestrutura de fabricação e distribuição do combustível renovável, atualmente usado por mais de 70% dos automóveis leves em circulação no País.
O presidente da FCA defende que o mais adequado para a realidade nacional seria a implementação dos veículos híbridos, que operam com propulsão elétrica e parte do tempo com energia gerada por um motor que pode ser abastecido com etanol hidratado ou gasolina (contendo até 27,5% do biocombustível misturado).
“Como melhor opção para o Brasil, várias montadoras vêm estudando a implementação de carros híbridos equipados com um motor flex, pois estes seriam menos custosos [aquisição, manutenção e revenda] do que os 100% elétricos, além de combinar economia de combustível e baixa emissão de poluentes, atributos que seriam ainda maiores com o etanol, capaz de reduzir em até 90% a emissão de CO2 se comparado à gasolina”, explica Alfred Szwarc.
O especialista cita o primeiro protótipo de veículo híbrido equipado com um motor flex apresentado em março deste ano pela Toyota. Concebido em parceria por engenheiros brasileiros e japoneses, o modelo percorreu com sucesso 1,5 mil quilômetros entre São Paulo e Brasília, passando no teste de durabilidade e performance do conjunto motor-transmissão quando abastecidos com etanol hidratado.
Fonte: UNICA
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