Os baixos preços do açúcar estão mantendo as usinas brasileiras avessas à fixação de preços do produto a ser exportado na próxima safra (2018/19). Até 28 de fevereiro, só 42,6% do volume que deverá ser embarcado na próxima temporada (que começa em abril) teve o preço fixado pelas usinas junto às tradings, segundo levantamento da Archer Consulting. Em volume, são 11,83 milhões de toneladas.
Trata-se da menor proporção de açúcar comprometido com exportações desde a temporada 2015/16, considerando o histórico de fixações para um mês de fevereiro. Em fevereiro do ano passado, as usinas haviam feito hedge para 52,4% das exportações da safra 2017/18; um ano antes, o percentual chegava a quase 60%.
Até o momento, o preço médio do açúcar fixado para a exportação na próxima safra foi de 15,51 centavos de dólar por libra-peso, sem prêmio de polarização. Considerando um câmbio médio de R$ 3,2060 para contratos a termo de dólar com liquidação financeira (NDF), o valor médio em reais é de R$ 1.142 por tonelada.
De acordo com Arnaldo Corrêa, diretor da Archer Consulting, esse preço ainda oferece margem positiva para a maior parte das usinas, considerando que o custo médio de produção de açúcar no Brasil gira em torno de R$ 1.000 por tonelada.
"Mas as margens ainda estão muito menores que as do etanol", diz. Há usinas que calculam que podem obter com a venda de etanol hidratado dentro do país o equivalente a 18 centavos de dólar a libra-peso. Ontem, o contrato do açúcar demerara para entrega em maio fechou em 12,89 centavos de dólar a libra-peso em Nova York.
Nesta semana, as cotações do açúcar despencaram depois que as usinas da Índia elevaram sua estimativa de produção na safra local 2017/18 para 29,5 milhões de toneladas de açúcar. A aposta das usinas brasileiras é que o início da moagem no Centro-Sul "provará" que a produção do açúcar será menor e impulsionará os preços, favorecendo o hedge da commodity.
Fonte: Valor Econômico
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