Ainda distantes dos veículos elétricos, fabricantes locais cobram novo regime automotivo com redução de impostos para carros híbridos e elétricos.
Dispostas a mostrar ao mundo que o Brasil tem uma solução viável no curto prazo até que a eletrificação dos automóveis seja adotada em grande escala, montadoras locais farão novos testes com o uso do etanol como gerador de energia das baterias de modelos híbridos ou a célula a combustível.
No dia 19, a Toyota iniciará viagem de São Paulo a Brasília com um Prius híbrido usando etanol no lugar da gasolina, que é o combustível da versão original importada do Japão. O protótipo foi desenvolvido por engenheiros da empresa no País, que acompanharão o trajeto de mil quilômetros do teste.
No segundo semestre, a Nissan trará de volta ao Brasil o utilitário-esportivo NV200 para nova etapa de testes. No inédito modelo, a célula combustível usa etanol misturado à água como gerador da eletricidade e rodou exclusivamente por ruas e estradas do País no ano passado. “Ele foi enviado à matriz com os resultados da avaliação e sugestões de ajustes necessários e agora vai retornar para nova fase de testes”, informa o presidente da Nissan, Marco Silva.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, defende o etanol e o biodiesel como solução mais eficiente e mais barata para o curto e médio prazos.
“No futuro, toda a propulsão será elétrica, mas precisamos avaliar como levar isso para dentro dos veículos”, diz o executivo, que ontem participou, em São Paulo, de evento promovido pela agência Autodata para discutir as tendências para o setor automotivo.
Megale criticou a demora do governo brasileiro em aprovar o novo regime automotivo, chamado de Rota 2030, que inclui incentivos à pesquisa e desenvolvimento e, paralelamente, redução de impostos para carros elétricos e híbridos.
Opção
“Se temos essa opção (de usar o etanol) é impensável que o governo não tenha essa possibilidade como prioridade”, diz Megale. “É um potencial que outras regiões do mundo não têm”, diz Megale.
Tanto o Rota 2030 quanto uma medida provisória com redução do IPI para esses veículos são promessas feitas no ano passado e ainda não cumpridas pelo governo. Na semana passada, integrantes do Planalto afirmaram que não há prazo para a adoção desses programas em razão de desavenças entre os Ministérios da Fazenda (contrário a incentivos) e o da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), que é favorável.
O presidente da Bosch no Brasil, Besaliel Botelho, ressalta que a empresa é muito ativa na Europa no desenvolvimento de tecnologias para os carros elétricos, mas afirma que iniciativas no País só serão avaliadas quando houver demanda.
“Criamos várias tecnologias com o uso do etanol, como a injeção eletrônica e o próprio motor flex”, lembra ele, para quem o Brasil pode ser um dos protagonistas globais no uso do combustível da cana em carros híbridos e a célula de combustível. Diz que, com a Argentina e demais países da América do Sul, a região teria “massa crítica” (produção) para fazer frente às novas tecnologias com soluções próprias
Fonte: Estadão Conteúdo
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