O esperado aumento na demanda por etanol no Brasil, país que vem retomando o crescimento econômico e tem o programa RenovaBio em vias de ser implementado, será inicialmente suprido pelo álcool produzido a partir do milho, disse um representante da indústria à Reuters nesta quinta-feira.
Ricardo Tomczyk, que dirige a recém-criada União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), disse que o produto tem uma vantagem importante sobre etanol de cana-de-açúcar: a capacidade de produção pode ser adicionada rapidamente.
"Não há canaviais disponíveis no Brasil atualmente (para aumentar a produção). Uma empresa leva cerca de quatro anos para formar um novo canavial pronto para produção", disse Tomczyk, acrescentando que no caso do etanol de milho seria necessária a construção de uma nova unidade, o que leva em torno de um ano e meio.
As vendas de etanol estão aumentando no Brasil à medida que sua vantagem de preço sobre a gasolina cresce.
A comercialização de etanol hidratado, concorrente direto da gasolina em carros flex, avançou 33 por cento em novembro frente igual período do ano anterior.
Um maior impulso ao biocombustível deve vir do RenovaBio, programa federal para aumentar o uso de renováveis no país. Autoridades do governo estão trabalhando atualmente na regulamentação do programa, que visa estabelecer metas de descarbonização a partir do maior uso de biocombustíveis por distribuidoras.
O governo espera que a demanda por etanol seja duplicada até 2030. O RenovaBio deve estar totalmente operacional em 2020.
Quase todo o etanol produzido no Brasil vem do processamento de cana-de-açúcar, mas algumas unidades à base de milho iniciaram operações recentemente e outras são esperadas, afirmou Tomczyk, em especial em Mato Grosso, maior produtor nacional do cereal.
A ampliação de uma usina e quatro novas instalações foram anunciadas nas últimas semanas. Três dos quatro novos projetos serão instalados juntamente à plantas de cana existentes.
"Mato Grosso deve produzir cerca de 3 bilhões a 4 bilhões de litros de etanol de milho por ano em cinco anos, de 400 milhões de litros atualmente", disse Tomczyk, que já foi diretor da associação de produtores Aprosoja.
Tomczyk disse que os DDGs (grãos secos de destilaria), um subproduto de usinas de etanol de milho utilizados para a alimentação animal, irão aumentar as receitas dos novos projetos, uma vez que Mato Grosso abriga o maior rebanho bovino do Brasil, com 30 milhões de cabeças.
Ele prevê que Mato Grosso venderá a produção futura de etanol para Estados vizinhos no Centro-Oeste, bem como a áreas mais ao Norte, como Pará.
Fonte: Reuters
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