Juros mais baixos e novos meios de contratação são alguns dos estímulos para que agricultores e pecuaristas invistam em tecnologias para garantir aumento de produtividade na safra 2017/2018
Depois da safra recorde, produtor tem mais disposição para investir em tecnologia para as lavouras
Em situação mais confortável após a supersafra de grãos em 2016/2017, o produtor está investindo em tecnologia para garantir produtividade no novo ciclo, avalia o diretor de agronegócio do Banco do Brasil, Marco Túlio Moraes da Costa. Desde julho, a contratação de crédito rural aumentou 25% na instituição financeira.
De julho a novembro deste ano, os valores contratados chegam a R$ 30 bilhões no período. Deste total, R$ 18,5 bilhões foram destinados para custeio, um aumento de 11% em relação mesmo período do ano passado. Para investimento, foram R$ 7 bilhões, 42% a mais na mesma base de comparação. Já os contratos de comercialização aumentaram em 104%, para R$ 5 bilhões.
"Esse apetite maior já era esperado. Sempre que temos uma supersafra, o produtor se sente estimulado a investir mais em tecnologia e em produtos e serviços voltados para ampliar a produção no campo", avalia Costa, que também cita os juros mais baixos como atrativo. Neste ciclo, as taxas médias variam de 2,5% a 5% para os pequenos produtores, 7,5% para os médios e 8,5% para os grandes. Essas alíquotas se referem ao investimento, mas estão em linha com as taxas cobradas nas demais operações de crédito rural. "O crédito na safra não tem sido problema para o produtor."
Para esta temporada, o Banco do Brasil tem R$ 103 bilhões disponíveis ao produtor, 30% a mais que os R$ 72 bilhões liberados em 2016/2017, quando foram colhidas 238,8 milhões de toneladas de grãos. "A tendência é que no primeiro trimestre de 2018 o banco consiga chegar a esse montante total, com a demanda de recursos para a safrinha", diz.
Segundo ele, a perspectiva de uma menor produção de milho na segunda safra, em razão do atraso no plantio da soja, não deve alterar essa perspectiva. "Desse total de operações, 67% estão sendo feitas vinculadas à contratação de seguro agrícola ou de faturamento, o que dá ao produtor uma garantia diante de um eventual problema climático", argumenta Costa. Na safra passada, 65% dos produtores contrataram o seguro agrícola.
Conforme o diretor, o seguro de renda – que passou a ser oferecido nesta safra – tem sido bem aceito pelos produtores. Nessa modalidade é feito o cálculo da previsão de receita e o produtor recebe o valor caso ocorra algum sinistro. "O seguro agrícola é mais tradicional, mas quando explicamos ao produtor como funciona, ele tende a optar por ela", salienta.
Ele ainda destaca a oferta de contratações online de custeio e investimento, com R$ 700 milhões e R$ 28 milhões já contratados desde fevereiro, respectivamente.
Maior demanda
Dados do Banco Central mostram que, até outubro deste ano, os produtores contrataram 22,3% a mais em recursos em comparação com o mesmo período do ano passado, num total de R$ 62 bilhões e 889,3 mil contratos.
Na avaliação do professor do curso do Ibmec/MG, Felipe Leroy, mesmo com o recuo da taxa Selic para 7,5% ao ano, o crédito oficial, com juros subsidiados pelo governo, ainda é mais vantajoso. "As demais modalidades podem ter a mesma taxa, mas não possuem a carência que o crédito oficial oferece para que o produtor possa pagar o débito", salienta.
Segundo ele, o cenário atual, com um número maior de instituições financeiras apostando no agronegócio, também favorece a tomada de crédito pelo produtor. "Isso pulveriza o crédito e dá mais alternativas ao agricultor", avalia
Por Marcela Caetano
Fonte: DCI
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