O agronegócio brasileiro tem demonstrado que 2017 pode ser mais um ano de recorde nas exportações, segundo indicam pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
De janeiro a setembro deste ano, o volume embarcado cresceu 5,7% quando comparado ao mesmo período de 2016. Os preços em dólar também subiram, 8,3% nesse período. Com isso, as exportações do agronegócio nacional atingiram o valor de US$ 74 bilhões, 9% acima do observado de janeiro a setembro de 2016. Em termos de faturamento em moeda nacional, contudo, o crescimento foi de apenas 1,2%, limitado pela valorização de quase 12% do Real nesse período.
De acordo com pesquisadores do Cepea, o carro-chefe das exportações do agronegócio em 2017 tem sido a soja em grão, com elevação de 23,3% nos embarques nos primeiros nove meses deste ano frente ao mesmo período de 2016. As vendas externas de frutas, carne bovina, celulose e açúcar também registraram crescimento no período de 5,8%, 4,5%, 2% e 0,6%, respectivamente. Já os produtos que apresentaram redução das exportações foram: etanol (34,1%), algodão em pluma (29,7%), suco de laranja (13,6%), milho (10,7%), café (9,0%), farelo de soja (5,8%), carne suína (4,1%), carne de aves (2,1%), óleo de soja (1,2%) e madeira (0,9%).
A China segue como a grande compradora de produtos agro, sendo que o país asiático absorveu 78% das vendas brasileiras da oleaginosa em 2017 (até setembro). O país também é o principal parceiro comercial do Brasil, e suas compras representaram mais de 30% das vendas do agronegócio no período. O setor de carnes também demonstrou bom desempenho em 2017, com o produto bovino apresentando crescimento tanto de volume quanto de preços.
Pesquisadores do Cepea indicam que, em termos de indicadores macroeconômicos, a inflação em queda e a redução nas taxas de juros podem favorecer os investimentos na produção agrícola, o que contribui para que a oferta brasileira de alimentos, fibras e energia continue em expansão. Além disso, a demanda internacional parece se manter firme, com a China demonstrando forte disposição em elevar as compras de alimentos.
Em relação ao Real, a moeda nacional pode ter maior oscilação neste final de 2017 e também no próximo ano, diante do cenário político nacional. Já o desempenho dos preços em dólares dependerá da oferta dos principais produtores mundiais, que tem sido afetada pelo clima e pela demanda, que continua firme, puxada pela China.
Fonte: Cepea
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