O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades no Centro-Sul somou 40,31 milhões de toneladas nos 15 últimos dias de setembro. Esse valor é significativamente inferior às 45,32 milhões toneladas registradas na primeira metade do mês, além de representar uma queda de 5,22% sobre a mesma quinzena de 2016.
Desde o início da safra 2017/2018 até 1º de outubro, a moagem acumulada segue abaixo daquela verificada no último ano; 467,17 milhões de toneladas contra 476,24 milhões de toneladas observadas no mesmo período do ciclo passado. Isso significa que, em termos absolutos, persiste a defasagem de quase 10 milhões de toneladas entre ambas as safras.
Até 1º de outubro, 8 unidades encerraram a safra 2017/2018 ante 18 empresas até essa mesma data de 2016. A saber, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) está levantando a previsão do término de moagem pelas demais usinas e destilarias do Centro-Sul.
Reforçando ainda mais a inversão de tendência no mix de produção em prol do etanol, já observada nas duas quinzenas precedentes, nos 15 dias finais de setembro, 46,54% da matéria-prima foi utilizada na fabricação do açúcar. Na mesma quinzena do ano passado, este percentual foi de 50,15% e, adicionalmente, entre meados de junho e agosto da atual safra, chegou a superar a marca de 50%.
A produção de açúcar atingiu 2,85 milhões de toneladas na segunda metade de setembro, a primeira redução expressiva observada desde maio. Especificamente, este resultado está aquém das 2,96 milhões de toneladas fabricadas na mesma quinzena de 2016 e das 3,13 milhões de toneladas apuradas nos 15 primeiros dias de setembro de 2017. No acumulado até 1º de outubro da safra corrente, esse indicador alcançou 29,23 milhões de toneladas produzidas.
Em relação ao etanol, a produção totalizou 2,02 bilhões de litros na última metade de setembro - sendo 892,08 milhões de litros de anidro e 1,13 bilhão de litros de hidratado - crescimento de 11,55% sobre idêntico período de 2016. Já o volume fabricado no acumulado do ciclo atual até 1º de outubro somou 19,42 bilhões de litros, com 11,04 bilhões de litros de hidratado e 8,38 bilhões de litros de anidro.
ATR
Na última quinzena de setembro, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana atingiu 159,33 kg; o maior valor para essa quinzena desde 2010. No acumulado entre o início do ciclo 17/18 a 1º de outubro, o teor de açúcares alcançou 136,18 kg por tonelada de matéria-prima, expansão de 2,57%, relativamente ao índice observado no mesmo período de 2016.
Apesar do clima seco seguir favorecendo a concentração de sacarose na planta, esses números para o ATR produto foram influenciados pelas paradas das unidades produtoras, verificadas nos dias 29 e 30 de setembro.
Em contrapartida, a seca continua prejudicando o rendimento da lavoura no Centro-Sul. Dados preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) para uma amostra de 103 unidades indicam que desde o começo da safra até o final de setembro, a produtividade agrícola alcançou 79,6 toneladas de cana por hectare colhido frente à 80,9 toneladas por hectare até essa mesma data de 2016.
Vendas
O volume de etanol comercializado pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,31 bilhões de litros em setembro, queda de 1,28% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior. Deste volume, 157,95 milhões de litros destinaram-se às exportações e 2,15 bilhões de litros ao mercado doméstico.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado seguem em recuperação. Na segunda quinzena de setembro, alcançaram 706,65 milhões de litros, totalizando 1,38 bilhão de litros comercializados no mês. Este resultado mensal, ratificado pela UNICA, é o maior observado desde abril.
A título de esclarecimento, este volume de 1,38 bilhão de litros contabilizado pela UNICA abrange as vendas domésticas de etanol carburante, para uso industrial, consumo próprio e quebra. Cabe ainda mencionar que este volume comercializado pelas produtoras do Centro-Sul não necessariamente é vendido apenas para distribuidoras localizadas nesta região - via de regra, o etanol do Centro-Sul também é enviado para outros estados do País.
Portanto, qualquer comparação com os volumes declarados pela a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deve ser realizada com cautela, pois a ANP apura estritamente o volume de etanol carburante comercializado pelas distribuidoras de combustíveis para o atendimento do consumo no Brasil. Inclusive, a Agência deverá retificar em breve o valor divulgado (1,17 bilhão de litros), pois algumas distribuidoras não haviam declarado seus respectivos volumes quando do processamento das informações.
Em relação ao etanol anidro, o volume comercializado no mercado doméstico somou 778,36 milhões de litros em setembro, dos quais 376,26 milhões de litros na última metade do mês.
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O realtório completo da safra está disponível no UnicaData, clique aqui.
Fonte: UNICA
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