Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros e um americano identificou uma correlação entre os preços do etanol em São Paulo, em que a maior parte da frota é de carros flex, e a emissão de partículas ultrafinas, que medem até 100 nanômetros.
De acordo com o estudo, apoiado no Brasil pela Fapesp, quando os preços do etanol sobem, induzindo cerca de 2 milhões de motoristas na metrópole a substituir o biocombustível pela gasolina em seus tanques, a concentração desse tipo de partícula cresce em um terço.
Por outro lado, não se constatou alteração importante nas concentrações de material particulado fino inalável, de 10 mil nanômetros de diâmetro e de 2,5 mil nanômetros.
Os dados analisados no estudo foram coletados entre de janeiro e maio de 2011, época em que houve fortes oscilações no preço do etanol em relação à gasolina, motivadas por fatores macroeconômicos, como a variação do preço do açúcar no mercado internacional.
A coleta ocorreu no topo de um prédio de 10 andares localizado na Cidade Universitária da USP, um local relativamente distante de grandes avenidas, onde chegam principalmente os aerossóis mais envelhecidos, que já interagiram com outras substâncias presentes na atmosfera.
Atualmente, a concentração desse tipo de nanopartícula não é monitorada ou regulamentada por órgãos ambientais do Brasil nem em outros país.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), por exemplo, monitora apenas as partículas sólidas de 10 mil nanômetros de diâmetro e as de 2,5 mil nanômetros, além de outros poluentes gasosos como ozônio (O3), monóxido de carbono (CO) e dióxido de nitrogênio (NO2).
Segundo Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e coautor do estudo, “essas nanopartículas de poluição são tão pequenas que se comportam como moléculas de gás. Ao serem inaladas, conseguem atravessar todas as barreiras de defesa do sistema respiratório e alcançar os alvéolos pulmonares, levando diretamente para o sangue substâncias potencialmente tóxicas, podendo aumentar a incidência de problemas respiratórios e cardiovasculares.
Fonte: Valor Econômico
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