Mesmo com redução na oferta total de energia em razão do enfraquecimento da atividade econômica em 2016, a capacidade instalada e produção de algumas fontes renováveis continuam crescendo no País
Analisando o Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional (BEN 2017 – ano base 2016), documento divulgado esta semana pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), verifica-se que, embora as fontes eólica e hídrica tenham apresentado crescimento mais expressivo no ano passado, a biomassa da cana (etanol e bioeletricidade) não apenas completou dez anos na liderança do segmento de energias alternativas, como também elevou a sua presença na matriz energética para 17,5%.
À frente das hidrelétricas (12,6%), lenha e carvão vegetal (8,0%), solar, eólica e outras fontes limpas (5,4%), a cana aumentou o seu percentual de participação em seis pontos percentuais em relação aos resultados observados no BEN 2015.
O diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Souza, ressalta que “mesmo diante da crise que afetou o setor sucroenergético nos últimos anos, o que resultou no fechamento de 80 usinas desde 2008, a indústria canavieira fez um grande esforço para manter níveis adequados de produção, garantindo segurança energética ao País e demonstrando o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável”.
O executivo da UNICA também explica que a cana é estratégica para a matriz brasileira desde a década de 1970. “Até 2007, a bioeletricidade e o etanol disputavam com a hidroeletricidade a primeira colocação entre as fontes não poluentes mais utilizadas no País. Nestes últimos dez anos, porém, a cana firmou sua liderança e, com este índice de 2016, se aproxima da sua melhor marca histórica; 18,1% em 2009”, afirma.
De acordo o Relatório BEN, no agregado, o total de energia (renovável e fóssil) ofertada no ano passado atingiu 288,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtep), redução de 3,8% em relação a 2015, acompanhando, assim, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que contraiu 3,6%, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Deste modo, no setor de transporte veicular leve, a presença do etanol hidratado caiu de 40% em 2015 para 36% em 2016, enquanto as importações de gasolina cresceram 30%. Na geração elétrica, o consumo de bagaço de cana para a bioeletricidade aumentou 3,9% em comparação com o ano anterior.
Segundo o balanço da EPE, mesmo com o cenário econômico e institucional delicado, a participação das fontes renováveis na matriz energética nacional aumentou de 41,2% em 2015 para 43,5% no ano seguinte. Condições hidrológicas favoráveis, o aumento de 18,7% na importação de energia da usina de Itaipu, e a expansão da geração eólica, que atingiu 33,5TWh (crescimento de 54,9% relacionado a 2015), foram as principais causas.
Fonte: UNICA
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