O Banco do Brasil entrou na safra 2017/18 apostando no aumento da tomada de recursos captados com as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) para melhorar o seu desempenho nos desembolsos de crédito rural, que recuaram quase 20% na safra passada, a 2016/17, em comparação ao ciclo anterior.
A estratégia está relacionada à decisão do governo de permitir recentemente que as LCAs sejam usadas como fonte de recursos para operações de investimento e comercialização, e não apenas para custeio como antes. Ontem, o BB anunciou que destinará R$ 103 bilhões para a nova temporada, dos quais R$ 91,5 bilhões a juros controlados - reservados a produtores e cooperativas. Os outros R$ 11,5 bilhões virão de recursos livres, justamente das LCA, e terão como alvo o público das grandes empresas e agroindústrias. Por categoria, R$ 72,1 bilhões servirão para operações de custeio e comercialização e R$ 19,4 bilhões para investimentos. E, também dentro do toral, R$ 14,6 bilhões foram alocados para o Pronaf (agricultura familiar) e R$ 15,5 bilhões ao Pronamp (médios produtores).
Na safra 2016/17, quando anunciou R$ 101 bilhões - R$ 91 bilhões a juros controlados e R$ 10 bilhões a taxas livres -, o Banco do Brasil liberou cerca de R$ 72 bilhões, informou ontem seu presidente, Paulo Caffarelli.
Com a estratégia de maior direcionamento das LCAs para o crédito rural e uma agenda de desburocratização, digitalização e simplificação desses financiamentos, a meta para a atual safra é emprestar os R$ 103 bilhões, segundo o presidente da instituição. O Banco do Brasil ainda é líder do nicho agropecuário e deve fechar o seu balanço do ciclo 2016/17 com uma parcela de 60% do mercado, de acordo com Caffarelli. Mas o executivo defendeu que é preciso avançar ainda mais no segmento do agronegócio, uma vez que a instituição já começa a enfrentar maior concorrência de bancos privados e cooperativas de crédito. "O agronegócio tem sido fundamental para a retomada da nossa economia. E por isso estamos simplificando processos, digitalizando operações e promovendo uma transformação digital no banco pensando no produtor", afirmou ele.
Para o vice-presidente de Agronegócios do banco, Tarcísio Hubner, o banco não está perdendo terreno nesse mercado e caminha para manter a participação de 60% no segmento rural no ciclo 2017/18. Ele afirmou que no ano passado, por conta de uma demanda menor por crédito para investimentos, o volume de crédito rural no banco caiu. Hubner disse, porém, que no primeiro semestre de 2017 a demanda melhorou.
A participação do BB no segmento rural até caiu em março último, mas em maio já retomou a marca de 59%. A instituição ainda está fechando o balanço final dos contratos de financiamento rural em 2016/17. "Acreditamos que a participação do banco no agronegócio vai se manter na safra 2017/18.
Acreditamos nesse mercado, temos uma inadimplência sob controle, e não acredito que o banco está perdendo mercado", afirmou Hubner após o evento que marcou o anúncio das projeções do banco para o segmento na nova temporada agrícola. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e o presidente Michel Temer também participaram do evento. Hubner informou ainda que os R$ 12 bilhões ofertados para o pré-custeio da safra 2017/18 (com recursos do Plano Safra 2016/17), usados pelos produtores para antecipar a compra de insumos agropecuários para a safra seguinte, deverão ser totalmente contratados.
Somente produtores rurais pessoa física tomaram R$ 9,6 bilhões desses recursos, mas o banco ainda está contabilizando a adesão de cooperativas e agroindústrias.
Por Cristiano Zaia
Fonte: Valor Econômico
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