A nova política de preços dos combustíveis da Petrobras deve aproximar a dinâmica do mercado de derivados da atual dinâmica do de etanol, em que as distribuidoras têm de operar com mais instrumentos de mercado e avaliar constantemente suas margens.
Atualmente, as distribuidoras mantêm contratos com a Petrobras que garantem o volume de fornecimento, com preço flexível. Como o preço não variava muito, porém, as distribuidoras determinavam suas margens em sua política de comercialização com as revendedoras.
Atualmente, as distribuidoras mantêm contratos com a Petrobras que garantem o volume de fornecimento, com preço flexível. Como o preço não variava muito, porém, as distribuidoras determinavam suas margens em sua política de comercialização com as revendedoras.
"Isso já acontecia na área de etanol hidratado, mas nunca na de derivados", observou o analista. No mercado do biocombustível, os preços variam diariamente na porta das usinas sucroalcooleiras.
Os preços do etanol anidro (que é misturado à gasolina) também acabam sofrendo essa influência, já que, embora sejam contratados com antecipação no início da safra, preveem um prêmio sobre o valor de face do etanol hidratado, que é variável.
Segundo Julio Borges, da consultoria JOB Economia, que também atende o setor sucroalcooleiro, o mercado brasileiro de combustíveis vai se assemelhar também mais ao mercado americano, em que as alterações de preço já são diárias. "Não vejo nenhuma impossibilidade operacional para distribuidoras. Só vai dar mais trabalho", avaliou.
Para o consumidor, a perspectiva é que os preços da gasolina também acabem variando com mais frequência. Atualmente, o preço na bomba já vem oscilando mais do que os preços determinados pela Petrobras nas refinarias, uma vez que os preços também vinham dependendo da gasolina importada. Nastari acredita que atrelar a política de combustíveis a uma política de mercado significará mais competição. "A consequência é que o consumidor acaba ganhando", avaliou.
Já Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica-SP), avalia que precisa ficar clara a metodologia para a determinação dos preços e como isso será repassado na cadeia.
"Seja quinzenal, mensal ou diário, precisaria só ficar mais transparente a metodologia, o que estão levando em consideração, se é o câmbio diário, quanto agregam de logística no preço", defendeu.
"Como se forma o preço no mercado interno? Qual a referência? É onde ela compra ou alguma cotação nos Estados Unidos? O que vai agregar de custo de frete até o porto? [A gasolina] vai chegar a outro preço aqui. Tudo isso precisa ficar mais transparente", afirmou.
A Petrobras anunciou na sexta (30) a redução no preço médio nas refinarias em 5,9% para a gasolina e 4,8% para o diesel. Os novos valores começam a ser aplicados a partir da meia-noite.
Segundo a estatal, se o ajuste integralmente repassado pelos postos aos consumidores e não houver alterações nas demais parcelas que compõem o preço, o diesel poderá cair 2,7%, ou cerca de R$ 0,08 por litro, em média, e a gasolina, 2,4% ou R$ 0,09 por litro, em média.
Trata-se da 3ª redução de preços nas refinarias em menos de 40 dias. O último corte foi anunciado no dia 14 de junho. Na ocasião, o valor da gasolina foi reduzido em 2,3% e o do diesel em 5,8%.
Fonte: Valor Econômico
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