Apesar da reformulação do sistema de cotas e subsídios à agricultura na União Europeia (UE), a produção de açúcar de beterraba e de cana-de-açúcar ainda não tem as mesmas condições de competitividade
Em um depósito antigo às margens do Tâmisa, em Londres, estão empilhados os pedaços de cana-de-açúcar cor de caramelo. Seguindo um padrão de comércio que existe há séculos, eles foram transportados em navios até a fábrica Tate & Lyle Sugars, onde serão transformados em açúcar branco refinado.
A cana-de-açúcar é responsável por quatro quintos da produção de açúcar no mundo. No entanto, na Europa representa apenas um quinto, porque graças a uma técnica desenvolvida nas guerras napoleônicas, quando um bloqueio britânico interrompeu as importações francesas de cana-de-açúcar, a beterraba é a maior fonte de produção de açúcar nos países europeus.
Não causa surpresa, portanto, que os subsídios à agricultura da Política Agrícola Comum da União Europeia (UE) tenham beneficiado o cultivo da beterraba. Mas nos últimos anos a UE reformulou seu sistema de cotas e subsídios a fim de baixar os preços dos alimentos e aumentar a competitividade dos agricultores. A partir de outubro deste ano, a UE abolirá o preço mínimo e a cota de produção da beterraba. Porém, manterá as restrições complexas em relação às importações de açúcar e o apoio aos agricultores.
A reestruturação do preço e da cota de produção de beterraba significa que a UE começará exportar açúcar pela primeira vez em mais de dez anos. Mas o aumento da produção de açúcar e das exportações irá depender dos preços no mercado mundial. O preço do açúcar na UE diminuiu de mais de €700 (US$742) por tonelada em 2013 para cerca de €500 no início de 2017, próximo ao preço mundial do açúcar.
As mudanças não significam, no entanto, que a cana-de-açúcar e a beterraba tenham as mesmas condições de competitividade na Europa, disse Gerald Mason da Tate & Lyle Sugars. As restrições de importação prejudicam a cana-de-açúcar. Por sua vez, em razão de um sistema de tarifas e cotas o comércio com os produtores de baixo custo mais eficientes, como o Brasil e o México, é extremamente caro.
Fonte: The Economist - retirado do site Opinião e Notícia
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