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Brasil e Argentina negociarão abertura do mercado de açúcar no Mercosul | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Brasil e Argentina negociarão abertura do mercado de açúcar no Mercosul

Brasil e Argentina estão prestes a quebrar um tabu que já dura mais de 20 anos. Os dois países começarão a discutir o ingresso do açúcar na união aduaneira. Hoje, o produto brasileiro não entra no mercado argentino, por exemplo, embora os vizinhos o importem de outros países, entre os quais a Colômbia. O anúncio da retomada das negociações será feito na próxima terça-feira, durante visita de Estado do presidente Maurício Macri a Brasília.
“O açúcar foi totalmente excluído do Mercosul. O tratamento dado ao Brasil é pior do que para um terceiro mercado (país que não faz parte do Mercosul). Tanto é que a Argentina importa açúcar de outros países, mas não da gente”, disse o subsecretário-geral para América Latina e Caribe do Itamaraty, Paulo Estivallet de Mesquita, acrescentando que o etanol brasileiro também não entra na Argentina.
Segundo Estivallet, há uma coincidência de posições entre os presidentes Macri e Michel Temer no sentido de se eliminar as barreiras no Mercosul que impedem o livre comércio. Ele citou como exemplo o setor automotivo, que também não é parte integrante do comércio livre dentro do bloco.
Existe, atualmente, um acordo automotivo entre Brasil e Argentina, com limitações no comércio de veículos isentos do Imposto de Importação. O que não fizer parte dessa cota é tributado com alíquota de 35%. Porém, surgiu um novo problema nas relações bilaterais: o novo regime de autopeças argentino que, segundo a indústria brasileira, vai desestimular a venda desses produtos ao país vizinho.
“Isso nos causa preocupação, pelo fato de que há aspectos nesse regime que não nos parecem compatíveis com as normas da Organização Mundial do Comércio. Esse tema também está em pauta, com prioridade”, afirmou o diplomata.
O regime prevê créditos de 4% a 15% para redução de impostos federais a automóveis fabricados na Argentina, desde que os veículos tenham, no mínimo, 30% de conteúdo nacional. Daí a preocupação do governo e dos empresários brasileiros.


Fonte: O Globo

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