Levantamento do Instituto Agronômico (IAC) feito com 217 usinas e destilarias no Centro-Sul do Brasil aponta uma alta concentração de cultivo de uma única variedade de cana-de-açúcar, o que aumenta o risco biológica da cultura, caso ela sofra ataque de praga ou doença severa.
Os dados mostram que a variedade RB867515, da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), está em 27% da área colhida de 6,11 milhões hectares, na pesquisa apresentada nesta terça-feira, 22, em Ribeirão Preto (SP).
Essa área pesquisada corresponde a 76% do total estimado de toda a cultivada, de 8 milhões de hectares, na maior região produtora mundial de cana. "Graças a Deus a ferrugem alaranjada não atacou essa variedade", exemplificou Rubens Braga Junior, pesquisador estatístico e coordenador do censo varietal juntamente com o pesquisador e diretor do Centro de Cana do IAC, Marcos Landell.
A ferrugem alaranjada é uma das principais doenças da cana, ganhou severidade no País no fim da década passada, mas a RB867515 não é suscetível à praga. A doença trouxe, por exemplo, perdas superiores a 30% da cultura na Austrália no ano 2000, já que naquele país quase 90% da área de cana era cultivada com uma variedade suscetível.
O levantamento do IAC, no entanto, apontou o aumento da diversificação de variedades cultivadas com cana no Centro-Sul, já que a área nova plantada com a RB867515 cai 11% enquanto crescem as com outras cultivares.
A segunda mais cultivada e colhida, a RB966928, também da Ridesa, com 9% da área no Centro-Sul, teve 4% do aumento do plantio durante o levantamento, feito entre maio e novembro deste ano.
A variedade com maior aumento de plantio, com 7%, é a CTC 4, do Centro de Tecnologia Canavieira, tem 4% da área. Os dados revelam, ainda, que Mato Grosso, com 134 mil hectares avaliados, é a região com maior concentração de cultivo, com 49,8% dessa área plantada com a RB867515. Já no Estado de São Paulo, com 3,58 milhões de hectares apurados, a RB867515 tem a menor concentração, com 22,4% da área.
A região de Ribeirão Preto, com 651 mil hectares, é a com a mais baixa concentração dessa variedade entre todas as avaliadas, com 11,5% de cultivo, pouco acima da RB966928, que tem 10,9% da área.
Fonte: Estadão Conteúdo
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