A expectativa de um mix ainda mais açucareiro na safra de cana-de-açúcar do que vem no Centro-Sul do Brasil não deve se traduzir em maior produção do alimento. De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Copersucar, uma das principais tradings de açúcar e etanol do mundo, Luís Roberto Pogetti, a menor disponibilidade de matéria-prima impedirá um aumento expressivo na fabricação do adoçante. "O que aumenta em (mix de) açúcar, cai em cana", afirmou nos bastidores da 16º Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo. Ele prevê que o incremento de produção atinja, no máximo, 1 milhão de toneladas no próximo ciclo. Os preços internacionais do açúcar dispararam mais de 50% neste ano na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) em virtude dos déficits de produção esperados para este e para o próximo ano. A alta das cotações estimulou a maior fabricação do alimento no Centro-Sul, com o mix no acumulado da atual safra em cerca 45% da oferta de cana direcionada para o adoçante.
No ciclo anterior, esse porcentual se aproximava de 40%. Pogetti comentou também sobre a nova política de preços de combustíveis da Petrobras e disse que o "setor (sucroenergético) não pode ser contra" às novas medidas da estatal, que dão previsibilidade à formação das cotações dos produtos. Entretanto, defendeu que o "etanol tenha um papel de longo prazo dentro da matriz energética nacional". "Ainda não temos esse papel", frisou. Em sua avaliação, porém, o governo tem "bom senso" em torno da valorização de biocombustíveis. "Mas a prioridade agora é a agenda macroeconômica". Para ele, resolvidos problemas estruturais da economia nacional, o governo poderá trabalhar em medidas que tributem combustíveis poluentes, como a gasolina.
Fonte: Estadão Conteúdo
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