Por mais de um século, pesquisas e projetos encampados pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) têm contribuído de maneira decisiva para o aumento da produtividade e o avanço tecnológico na agricultura do Brasil, garantindo maior oferta de alimentos à população e matéria-prima à indústria. A avaliação é do diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, que considera exemplar o trabalho desenvolvido pela instituição, fundada em 27 de junho de 1887 pelo imperador Dom Pedro II.
“O desenvolvimento do setor sucroenergético, especialmente no Centro-Sul do País, está diretamente associado às conquistas cientificas do IAC. Desde a criação do Proálcool, na década de 1970, até os dias atuais, o desenvolvimento de novas variedades de cana tem oferecido enormes ganhos em termos de produção, permitindo expandir o cultivo da cana de forma cada vez mais otimizada e sustentável”, ressalta o diretor da UNICA.
Atualmente, 161 pesquisadores científicos do IAC dedicam-se ao melhoramento genético convencional de plantas agrícolas e aos pacotes tecnológicos que as envolvem, desde o plantio à colheita, incluindo estudos de solo, clima, pragas e segurança e eficiência na aplicação de agrotóxicos. Em 129 anos de atuação ininterrupta, o Instituto, cujas instalações ocupam mais de 1.200 hectares (sede e 12 Centros de Pesquisa distribuídos entre Campinas, Cordeirópolis, Jundiaí, Ribeirão Preto e Votuporanga), já desenvolveu 1039 cultivares de 99 espécies.
Em relação à cana, aproximadamente 23% das variedades lançadas no Brasil na última década são do IAC – 22 cultivares para a produção canavieira e uma para fins forrageiros (alimentação animal). Segundo o pesquisador da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), Marcos Guimarães de Andrade Landell, esta importante contribuição para o segmento sucroenergético se deriva principalmente da criação do Programa Cana IAC, reestruturado entre 1991-1993.
“Na atualidade, o Centro Cana IAC oferece serviços na área de diagnósticos, sendo principal responsável por atender os produtores para análise de raquitismo da soqueira de cana no Centro-Sul do País”, afirma Marcos.
Vanguarda da cana
Outras inovações do IAC que ajudaram a diversificar e aprimorar o conceito de plantar cana no Brasil foram o desenvolvimento do sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB) e a criação de critérios para a melhoria do manejo agrícola. No primeiro caso, o método de MPB permitiu que o uso de mudas para o cultivo de um hectare caísse de 18 toneladas para 2 toneladas. No segundo exemplo, novas técnicas agronômicas possibilitaram um aumento de 30% na produtividade do canavial.
O IAC tem o mais antigo programa de melhoramento genético de cana-de-açúcar do Brasil, iniciado em 1933, e que se manteve continuo praticamente em todo esse período.
A primeira variedade foi lançada em 1959. Em 1960, concebeu-se a IAC 48-65, conhecida no setor sucroenergético por ser muito rústica para os padrões da época, mas que permitiu a primeira grande expansão canavieira na década posterior, por ocasião do Proálcool. E foi muito importante para os programas de melhoramento da Copersucar e do Planalsucar (hoje Ridesa) gerando variedades como a SP70-1143. Entre 1970 e 1980, o IAC manteve alguns lançamentos de cultivares, tais como a IAC 64-257, significativamente utilizada na região de Piracicaba (SP).
Fonte: UNICA
16 3626-0029 / 98185-4639 / contato@assovale.com.br
Criação de sites GS3