Com a estiagem registrada no final de março e ao longo do mês de abril, o ritmo de moagem no Centro-Sul foi muito intenso. As usinas puderam produzir muito açúcar e etanol, aproveitando os bons preços.
Mas o clima pregou uma peça! Num período em que as precipitações passam a ser menos comuns, em pleno outono, os estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul enfrentaram um mês de maio bastante chuvoso – quadro que se estendeu até o início de junho em algumas áreas.
“Foram chuvas intermitentes e extemporâneas que surpreenderam as regiões canavieiras”, frisa o consultor Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA. Ele salienta ainda que teve usina que ficou parada por vinte dias seguidos por falta de condições de moer, por conta das chuvas contínuas.
No entanto, a intensidade e frequência das chuvas foram diferentes entre os estados do CS. Caíram mais no PR, MS e nas regiões Central e Sul do Estado de São Paulo. Segundo Dib, os estados de Goiás e Minas Gerais e o Noroeste paulista não tiveram precipitações tão intensas.
Outro problema foi o frio antecipado que chegou ao Centro-Sul do Brasil. Fora a geada, que castigou algumas regiões canavieiras. Acredita-se, por exemplo, que 20% das lavouras de cana do Mato Grosso do Sul tenham sido afetadas, o que vai causar um reflexo na produção. “E o que preocupa mais os produtores são as previsões da vinda de novas frentes frias nas próximas semanadas.”
BAIXO APROVEITAMENTO
Mas, depois de um mês de abril tão seco, o que prejudicou o desenvolvimento dos canaviais, essas chuvas abundantes podem ter sido bem vindas do ponto de vista do ganho de produtividade. Nem tanto, na avaliação de Dib Nunes. “As chuvas, quando caem fora de época, só ajudam se o solo tiver capacidade de armazenamento de água.” E as precipitações, se ocorrem em temperatura baixa, não são transformadas em crescimento da cana-de-açúcar. “A planta precisa de temperatura mais elevada.”
Por isso, segundo ele, as chuvas de maio vão ajudar um pouco, em algumas regiões, na recuperação do canavial de fim de safra, que estava atrasado, mas em outras áreas, principalmente arenosas, essa água vai infiltrar no solo e, se a temperatura não subir, não vai ser muito útil para a planta. “Temos a possibilidade de o aproveitamento dessa chuva fora de época não ser elevado”, conclui Dib.
Fonte: CanaOnline
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