Os inúmeros benefícios econômicos e ambientais do etanol e do açúcar produzidos pelo Brasil devem ser observados com atenção durante a próxima rodada de negociação do Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), em maio deste ano. Com esta nova troca de ofertas entre os dois blocos, a última ocorreu em 2004, a União da indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) vem atuando de forma incisiva para que o setor sucroenergético brasileiro amplie oportunidades de negócios no velho continente.
Buscando estreitar relações e informar diversas lideranças europeias a respeito das vantagens competitivas dos produtos brasileiros, principalmente do biocombustível verde e amarelo na redução das emissões de CO2, a assessora sênior da Presidência para Assuntos Internacionais da UNICA, Geraldine Kutas, participou do “5th EU Biofuels Seminar”. Organizado pela Agência de Notícias Platts na primeira quinzena de abril (13/04), o seminário reuniu aproximadamente 90 pessoas em Genebra, Suíça. Destaques para as presenças de Ruta Baltause, da DG Energia da Comissão Europeia, do secretário Geral da ePURE, Robert Wright, e do representante da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Henrique Pacini.
“Em 2004, a oferta da UE para o Mercosul foi de 600 mil litros de etanol. Outros 400 mil litros foram oferecidos no marco da conclusão da Rodada de Doha. O açúcar, porém, foi excluído do acordo. Neste caso, a nossa insistência é para que os europeus também ofereçam uma quota livre de tarifa”, explica Kutas, acrescentando que nos últimos 12 anos a UE já promoveu duas reformas em seu programa açucareiro (a última vai entrar em vigor no ano que vem) e que tem assinado vários acordos de livre comércio, que incluem açúcar, com outros países como Colômbia, Peru, África do Sul e Vietnã.
Com uma apresentação intitulada “Assessing the Global Market: What can the EU learn from Brazil” (“Avaliando o Mercado Global: O que a UE pode aprender com o Brasil”), a executiva da UNICA apresentou a radiografia do setor sucroenergético brasileiro, exaltando principalmente os atributos ambientais do biocombustível de cana, capaz de reduzir em até 90% a emissão de CO2 em comparação com a gasolina. “No que diz respeito ao etanol, considerando o seu uso carburante ou como insumo industrial, expliquei que o Brasil não pretende substituir a produção europeia, mas sim complementá-la”, afirma Kutas.
De acordo com a assessora, nos próximos dois anos os europeus definirão o futuro do uso de biocombustíveis no bloco. Serão discutidas a descarbonização do setor de transporte, a reforma da diretiva de promoção das energias renováveis e a decisão sobre a lei de “effort sharing”, que determina como os estados-membros da UE vão repartir os esforços de redução de gases de efeito estufa (GEE) em diversos setores, entre os quais o transporte e a agricultura.
“É importante que as novas legislações europeias sigam apoiando os biocombustíveis e que neste processo, o Brasil, com sua experiência de 40 anos na produção de etanol, coopere ainda mais em questões envolvendo níveis elevados de mistura do biocombustível à gasolina e consequente redução de poluentes atmosféricos. A cadeia sucroenergética brasileira já conta com investimentos de vários grupos empresariais da Europa, como Shell, Tereos, Louis Dreyfus, BP, Umoe, etc. Ou seja, é perfeitamente possível reforçar essa colaboração”, conclui Kutas.
Fonte: UNICA
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