Levantamento realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA), aponta que apesar da queda de 21,56% na venda de defensivos agrícolas em 2015, estimada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), o agricultor paulista poderá ser beneficiado na aquisição do produto.
Isso porque mesmo com a desvalorização de 45,01% do real frente ao dólar registrada em 2015, que ocasionou o encarecimento dos princípios ativos utilizados nos defensivos, o atual cenário poderá estabelecer uma competição entre os fabricantes em 2016.
Conforme alertou o pesquisador da Secretaria que atua no IEA, Celso Luis Rodrigues Vegro, “os agricultores podem ser beneficiados dessa conjuntura, por isso é recomendado que realizem pesquisa da lista de defensivos necessários para o próximo ciclo produtivo. Além disso, a situação propicia a realização de leilões pelos fabricantes, visto que eles estarão predispostos a oferecer vantagens substantivas aos potenciais compradores”, avaliou.
De acordo com o estudo do IEA, a desvalorização do real em relação ao dólar foi o principal motivo da queda na demanda, uma vez que ampliou em 17,14% as cotações de venda dos 82 defensivos agrícolas monitorados pela entidade. Como mais de 90% dos princípios ativos utilizados na formulação desses produtos são importados, o resultado foi o encarecimento do produto final. “Embora tenha sido registrado aumento da área cultivada de 1,03%, excetuando-se o amendoim, feijão, mamona e milho, todas as demais lavouras de grãos exigiram retração da área”, explicou o pesquisador.
O estudo demonstra ainda que, entre as categorias de defensivos, os inseticidas foram responsáveis pelo maior valor das vendas, representando 33% do faturamento total em 2015 e movimentando US$ 3,17 bilhões. No entanto, em comparação a 2014, esta categoria teve queda de 35,18% na comercialização, seguida pelos herbicidas, que tiveram decréscimo de 26,38% no período.
Contudo, se considerado o consumo do ingrediente ativo, o estudo revela que houve um aumento de 12,29% na utilização. “Tal divergência indica que os defensivos comercializados estão portando maiores concentrações de ingrediente ativo, permitindo redução com embalagens empregadas e maior rendimento, indicando que tecnologia mais eficiente tem sido difundida pelo segmento em benefício dos agricultores”, ressaltou Vegro.
O levantamento realizado pelo IEA levou em consideração os preços médios dos defensivos nas regiões paulistas, e na opinião do secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, são fundamentais para orientar o produtor agrícola. “Por meio da análise das informações, estamos seguindo uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin, de aproximar a pesquisa do produtor, para que ele tenha condições de ampliar sua competitividade no mercado, aumentar sua renda e produtividade”, afirmou.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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