A maior utilização de biocombustíveis na China, especialmente do etanol de cana-de-açúcar produzido pelo Brasil, representa uma oportunidade de negócio e uma solução estratégica de curto-prazo para o desafio chinês de aumentar em 20% o uso de combustíveis não fósseis no consumo de energia primaria até 2030. Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), elevar a presença do combustível renovável brasileiro naquele país ajudaria o gigante asiático a reduzir sua dependência do petróleo importado, cuja demanda interna é uma das maiores do mundo.
Em busca de mais informações a respeito das vantagens econômicas, sociais e ambientais do etanol de cana, um grupo formado por quatro pesquisadores chineses esteve, na segunda-feira (14/03), visitando a sede da UNICA, em São Paulo (SP). A delegação, recebida pela presidente da UNICA, Elizabeth Farina, e pela coordenadora de Relações Institucionais, Rachel Glueck, foi liderada pelo presidente da Academia de Engenharia Chinesa, Xie Kechang, que esteve acompanhado do representante da Universidade de Tsinghua, Yan Xiaohui, do diretor do Instituto de Ciência & Tecnologia de Beijing, Ren Xiangkun, e do da professora da Universidade de Tecnologia de Taiwan, Li Wenying.
Após fazer uma apresentação sobre aspectos gerais da indústria brasileira de etanol, a presidente da UNICA propôs alguns pontos de cooperação entre o setor produtivo nacional e a China. Foram eles: parceria tecnológica envolvendo o desenvolvimento de etanol de segunda geração (2G); adaptação de sistemas flex-fuel em carros chineses; acordos comerciais; e intercâmbio de conhecimento técnico e regulatório. Em 2015, o Brasil exportou mais de 119 mil litros de etanol para a China, que desde 2001 promove a mistura de 10% de combustíveis de origem renovável à gasolina em nove províncias (Heilongjiang, Jilin, Liaoning, Henan, Anhui, Guangxi, Hebei, Shandong e Jiangsu).
Para a executiva da UNICA, o volume de etanol brasileiro exportado pode ser ainda maior, principalmente diante das metas ambientais assumidas pela China na Conferência do Clima (COP21), em dezembro de 2015, que significam uma ampla janela comercial para o derivado de cana, único biocombustível no mundo capaz de diminuir em até 90% a emissão de GEEs quando comparado à gasolina. “A China, umas das maiores emissora de CO2 do planeta, terá que fazer um esforço nos próximos quinze anos para substituir o petróleo e carvão, base de sua matriz energética, por fontes renováveis. No curto-prazo, o etanol talvez seja uma das poucas alternativas existentes na categoria de combustíveis líquidos”, explica Farina.
Mesmo investindo pesado na construção de hidrelétricas e usinas solares, os chineses são donos de uma frota automotiva composta por mais de 217 milhões de veículos, quase todos movidos à gasolina e diesel. “Os níveis de poluição provenientes do trafego em algumas cidades chinesas são considerados alarmantes pela Organização Mundial de Saúde”, alerta a presidente da UNICA, completando que a adoção de outras tecnologias aparentemente mais amigáveis ao meio ambiente, como os carros elétricos, por exemplo, não têm proporcionado os mesmos benefícios verificados com o uso do etanol, já que a energia utilizada por eles é produzida em termelétricas a carvão.
“No final das contas não causa quase nenhuma redução das emissões como aquela verificada com o etanol brasileiro”, sustenta Farina. Dados da UNICA revelam que o uso do etanol no Brasil, em mistura com a gasolina (anidro) ou seu uso autônomo como combustível nos veículos Flex (hidratado), evitou, de março de 2003 a maio de 2015, que mais de 300 milhões de toneladas de CO2 fossem despejadas na atmosfera.
Fonte: UNICA
16 3626-0029 / 98185-4639 / contato@assovale.com.br
Criação de sites GS3