Em 2015, as empresas que utilizam biomassa como fonte de geração de energia elétrica produziram 22.572 GWh para o Sistema Interligado Nacional (SIN), de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Palha e bagaço de cana-de-açúcar foram responsáveis por 89,4% deste montante. A produção de bioeletricidade, que representou 4,2% do total produzido pelo setor elétrico brasileiro, só não foi superior ao volume gerado pelas usinas hidrelétricas e térmicas a gás, que entregaram 351.927 GWh e 61.843 GWh ao SIN, respectivamente.
O gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar de Souza, destaca que embora este volume de 22.572 GWh seja 8,4% superior ao registrado em 2014, o ritmo de crescimento foi bem inferior ao dos últimos anos. “A média de crescimento da oferta de bioeletricidade para o sistema foi de 25% entre 2012 e 2014, principalmente em virtude da contratação desta fonte em leilões regulados, como o de Energia de Reserva, realizado em 2008, que foi dedicado exclusivamente a esta fonte e contratou mais de 30 projetos. Todos entrando em operação até o ano de 2012”, observa.
Para Souza, nos últimos anos houve uma descontinuidade na contratação de bioeletricidade nos certames promovidos pelo Governo Federal, refletindo negativamente na ampliação da oferta futura desta fonte para o SIN. “A biomassa chegou a representar 32% do acréscimo anual de capacidade instalada de geração no Brasil. Em 2016, a previsão é representar somente 7% da expansão e, em 2017, a previsão é cair para 4%”, avalia o executivo.
O especialista da UNICA avalia que, considerando a resposta rápida que a fonte biomassa costuma apresentar na implementação de novos projetos, uma política de contratação desta fonte nos leilões regulados, com a devida valorização dos atributos ambientais, elétricos e econômicos advindos do uso da bioeletricidade, seria essencial para estimular novamente a cadeia produtiva deste segmento e tentar reverter esse cenário.
“E podemos começar já. Em 2016, a biomassa poderá participar dos chamados leilões A-3 e A-5, mas ainda há dúvidas se poderá participar do certame de energia de reserva que acontecerá, a princípio, apenas para eólicas, fonte solar e pequenas centrais hidrelétricas. Convidar também a biomassa para participar seria um passo inicial para encorajar novos projetos de bioeletricidade”, conclui Souza.
Fonte: UNICA
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