Levando em consideração os prêmios pagos atualmente, a tendência é de que a safra 2016/17 do Brasil seja mais açucareira em relação há anos anterior.
No entanto, analistas afirmam que o aumento na produção não deve atender a demanda e suprir o déficit de aproximadamente 5 milhões de toneladas no mercado mundial.
De acordo com o analista da FG/Agro, Willian Orzari Hernandes, o preço pago pelo açúcar no mercado futuro está 15% maior se comparado ao etanol, o que deve estimular a mudança no mix da produção nesta safra.
"Quando se olha para mundo, observando os grandes plays, é notado que a retração dos cents por libra peso, vista recentemente, é um preço que não remunera o custo de produção nos demais países produtores. No Brasil ele vem remunerando por conta da desvalorização cambial", explica Hernandes.
Portanto, para o cenário atual, apenas o Brasil teria condições favoráveis ao aumento na produção, confirmando assim, a perspectiva de continuidade do déficit global da produção do açúcar. Além disso, apesar da inversão no mix nesta safra, Hernandes afirma que para atender a demanda adicional seria preciso investimento no setor a fim de aumentar a capacidade instalada hoje no país, "mas com os preços atuais, é possível remunerar apenas uma mudança parcial no mix", destaca.
Atualmente os futuros do açúcar na Bolsa de Nova York operam entre US$ 11 a US$ 13 cents/lb, e para alcançar um patamar de retomada dos investimentos no Brasil e em outros países, a cotação em dólares deveria estar acima dos US$ 17 cents/lb, ou seja, um diferencia de 30% a 40% em relação ao preço do etanol.
No médio e longo prazo a expectativa é que o mercado de prosseguimento a recuperação que vem sendo registrada no final do ano passado. "Então se não houver uma reversão de preço, a tendência é que tenhamos déficit atrás de déficit e então o estoque deve baixar de maneira significativa, até termos um movimento mais forte para estimular esse aumento de produção", explica o analista.
Fonte: Portal do Agronegócio - 29/02/2016.
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